Newsletter
Ciência e Cultura - Agência de notícias da Bahia
RSS Facebook Twitter Flickr
Atualizado em 15 DE maio DE 2011 ás 14:30

Tecnologias digitais móveis na produção jornalística é tema de pesquisa

Apesar de potencializar a produção de notícias, dispositivos digitais móveis ocasionam acúmulo de funções em decorrência das condições de trabalho multitarefa, diz estudo

Por Mariana Almofrey*
mariana.almofrey@hotmail.com

A evolução e a popularização das tecnologias móveis digitais em redes sem fio – como celulares, notebooks e netbooks, câmeras digitais, smarphones e conexões Wi-Fi – trouxeram implicações na forma de se produzir informação e, consequentemente, na atividade jornalística. Esse novo quadro é objeto de estudo dos pesquisadores da área de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Os smartphones estão mais baratos, populares, e o Brasil está consolidado como quinto principal mercado de telefonia no mundo. Então, estudar o mobile é essencial para entender as mudanças que estão acontecendo”, afirma Ian Castro, bolsista de Iniciação Científica do Grupo de Pesquisa em Cibercidades – coordenado pelo Professor André Lemos.

Criado em 2000, o Grupo de Pesquisa em Cibercidades se dedica, dentre outras vertentes, à pesquisa sobre o uso das tecnologias móveis digitais na produção jornalística. O objetivo é analisar e compreender as implicações e potencializações resultantes da introdução de tecnologias móveis digitais e conexões sem fio na produção jornalística.

Cada vez mais jornalistas fazem uso de dispositivos móveis como auxiliares na cobertura de suas pautas. Isso permitiu uma maior capacidade de apuração, mas também levanta uma série de questionamentos acerca do próprio fazer jornalístico. Para chegar a conclusões sobre o tema, o pesquisador de Tecnologias Móveis Digitais e suas implicações, da Universidade Estadual da Paraíba, o jornalista e professor Fernando Firmino, estudou alguns casos em redações integradas focada nos repórteres de campo dentro da perspectiva de jornalismo móvel.

Financiado pelo CNPq, o pesquisador acompanhou o trabalho de repórteres para identificar os usos que se faziam das tecnologias móveis e as alterações na prática jornalística. De acordo com Firmino, com o acesso à possibilidade de utilização dessas novas ferramentas o perfil do profissional mudou. “As tecnologias móveis digitais recolocam o jornalismo em novo contexto, principalmente as rotinas produtivas dos jornalistas que se expande em termos de volume de funções acrescidas”, afirma.

Segundo o pesquisador, apesar de potencializar a produção de notícias, os dispositivos digitais móveis ocasionaram um acúmulo de funções em decorrência das condições de trabalho multitarefa. Isto alteraria o produto final do trabalho, a notícia.

As alterações provocadas pela difusão desses dispositivos não se restringem ao exercício da profissão, a inserção do cidadão/repórter na produção de notícias também se tornou objeto de análise no âmbito acadêmico. O conteúdo produzido pela audiência tem ganhado espaço nos sites dos maiores veículos de comunicação do país. “A audiência, também munida desses dispositivos, interage participativamente enviando conteúdos de áudio, vídeo e imagens. Isto também traz consequências para a notícia”, conclui o pesquisador.

Saiba mais

*Estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *