Inclusão Social e Engajamento Político é tema da primeira plenária do 13ª Conferência Internacional sobre Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia
NÁDIA CONCEIÇÃO*
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A plenária Inclusão social, engajamento político e Comunicação da Ciência deu inicio à 13ª Conferência Internacional sobre Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (PCST 2014), que será realizada até o dia 8 de maio, no Pestana Hotel, em Salvador.
Sob a moderação de Marina Joubert, Southern Science, África do Sul, membro do comitê científico da Rede PCST, a mesa dessa manhã foi composta pela diretora executiva da Rede Africano-Caribenha para a Ciência e Tecnologia (ACNST), Elizabeth Rasekoala; pelo pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Brasil), Alfredo Wagner; e pela pesquisadora do Parque Explora, Medellín (Colômbia), Claudia Aguirre.
O PCST - A realização da PCST 2014 acontece pela primeira vez na América Latina e parte da tentativa de pensar um modelo de Ciência alternativo ao modelo eurocêntrico. Essa tentativa desafia a divulgação da ciência pela necessidade de um maior engajamento político a favor da inclusão social, demanda urgente que vem das pessoas, sobretudo as de baixa renda que não têm acesso à educação e aos benefícios da Ciência e que não têm acesso a centros de Ciência e aos benefícios da Ciência e que não tenham ações de divulgação científica pensadas para elas.
Dessa forma, segundo os organizadores, o objetivo da conferência PCST no Brasil é abordar questões como essas, fomentando o debate e descobrir como criar estratégias mais inclusivas, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, bem como estimular a sociedade para o engajamento público pela ciência e tecnologia e criar novos modelos e práticas para a comunicação e participação.
De acordo com Elisabeth Rosekoala, a inclusão social e o engajamento político são primordiais para todos, porém é preciso que os cientistas comecem a pautar a Ciência como fundamental para a população. Ela também problematiza a participação do negro na Ciência e o respeito a sua diversidade.
“Precisamos de uma constituência da cidadania, pois incluir e engajar para o lado da sociedade. Os cientistas precisam falar a linguagem dos políticos, pois temos que colocar a Ciência no processo de desenvolvimento, causar o emponderamento das populações, assim como tem feito as tecnologias, onde se inseri no contexto em que estão presentes.”, afirma Rosekoala.
Para o pesquisador Alfredo Wagner, da Universidade Federal do Amazonas, o mundo vive uma perda de rumo, onde tem passado por diversas rupturas, “essas rupturas tem sido fundamentais para interpretar as transformações sociais, novas maneiras de abordar problemas, onde a inclusão é a direção de tudo, mas precisamos ter em mente que inclusão na verdade tem que ser pensada como um entendimento da identidade coletiva.”
Alfredo cita ainda um dos grande equivoco da Ciência, que é o de considerar o conhecimento tradicional como estático. ” O tradicional sofreu um deslocamento e como ele se manifesta ele não se opõe ao digital, não há separação e, muitas vezes, está distante da repetição e mais próximo da inovação, através de uma nova maneira de perceber os fenômenos.”
A conferência PCST 2014 contabilizou 362 trabalhos e mais de 500 participantes inscritos para prestigiar o que é, sem dúvidas, o maior evento de divulgação científica e de esforço de Inclusão Social através da Ciência e da Comunicação já realizado no estado da Bahia.
*Jornalista e mestranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade – Ufba