Jean-Michel Cousteau fala sobre os projetos desenvolvidos em prol da preservação ambiental nos oceanos.
Naira Diniz*
O sobrenome não é somente mera coincidência. Jean-Michel Cousteau é filho de Jacques-Yves Cousteau, pesquisador francês e pioneiro na descoberta de recursos no fundo do mar. Desde cedo Jean Cousteau acompanhou seu pai em navegações ao redor do mundo. Além de ser oceanógrafo e ambientalista, Jean é especialista em Arquitetura Marinha e fundou em 1999 a Ocean Futures Society, organização sem fins lucrativos, que trabalha com programas de conservação marinha e educação ambiental. Os meios usados para a divulgação do trabalho desenvolvido, são vídeo-documentários e reportagens especiais para programas de televisão.
Na última quinta-feira (05/06), Jean Cousteau realizou a conferência de encerramento da edição 2014 do ciclo de palestras Fronteiras Braskem do Pensamento, no palco principal do Teatro Castro Alves, em Salvador. A conferência foi mediada pelo jornalista e ativista ambiental Fernando Gabeira, que atualmente apresenta um programa de entrevistas no canal Globo News.
Na palestra Jean apresentou alguns documentários para discutir e analisar problemáticas envolvendo o meio-ambiente, divulgar o que tem sido feito para a preservação ambiental, além de divulgar resultados parciais de pesquisas científicas. Um tema recorrente durante a palestra foi a contaminação ambiental por diversos elementos como plástico, gases poluentes como o carbono e por metais pesados como o chumbo.
Além de falar sobre problemas ambientais nas regiões do Pacífico e do Caribe, Jean trouxe exemplos do Brasil. Mencionou o projeto que existe para a preservação de uma espécie de peixe comum na Amazônia, oTambaqui. Devido à contaminação das águas, a quantidade de peixes diminuiu ao longo do tempo, mas em parceria com a população local, Jean conseguiu fazer com que a quantidade de Tambaquis aumentasse através de uma campanha de conscientização, e da técnica de inseminação artificial.
Durante a palestra, o pesquisador apresentou um equipamento que segundo ele, poderá revolucionar as pesquisas científicas e até a indústria: é o exosuit, um equipamento que lembra os antigos escafandros, mas é dotado de uma tecnologia avançada que permite ao mergulhador permanecer embaixo d’água por 10 horas.
“O meio ambiente necessita do cuidado de cada um, da vontade de cada pessoa em lutar pela preservação ambiental, para que assim transforme o mundo em um lugar melhor para todos. Assim como as pessoas protegem o que amam, assim deve ser a relação de todos seres humanos com a natureza. Pois assim a natureza atingirá equilíbrio necessário para a manutenção da vida na Terra”, disse Jean Cousteau.
Explorando o recife com Jean-Michel Cousteau
*Estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias C,T&I – Ciência e Cultura – Ufba.