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Atualizado em 7 DE outubro DE 2014 ás 16:34

Museus: conhecimento, ciência e cidadania

Durante o 5º Encontro de Jovens Cientistas, a professora e pesquisadora Martha Marandino mostrou que no museu é possível obter conhecimento científico através do lazer

NAIRA DINIZ*
naidiniz_15@hotmail.com

Com um auditório cheio de olhares curiosos de crianças e adolescentes de diversas escolas da capital Salvador e do interior do estado da Bahia, a pesquisadora da Universidade de São Paulo, referência em estudos do ensino de ciência e educação em museus, Martha Marandino realizou a palestra O Ser Humano da Ciência: Formando Jovens Divulgadores da Ciência. A conferência teve como objetivo, discutir a alfabetização científica de jovens e crianças e a importância da contribuição dos museus nesse processo. O evento fez parte da Programação do 5º Encontro de Jovens Cientistas, que aconteceu entre os dias 31 de setembro e 03 de outubro na Universidade Federal da Bahia.

Foto: Naira Diniz

A pesquisadora ressaltou diversos pontos fundamentais, relacionados à alfabetização científica, como o incentivo a visitação de museus. De acordo com a professora Martha Marandino os museus são incentivadores de ensino, aprendizagem, interação, encontro, lazer, além de promover a cidadania, pois os indivíduos tem a possibilidade de aprenderem e de se desenvolverem como cidadãos. “Podemos aprender ciência e não só na escola, mas ao longo da nossa vida. No Brasil, as pesquisas mostram que a população brasileira, mais de 80% , visita os museus somente com a escola, porém tem aumentado cada vez mais no Brasil, principalmente a experiência de ir ao museu com a família, por exemplo,” disse.

Durante a palestra Martha Marandino lembrou que a escola também tem um papel fundamental, no sentido de estimular o estudante a visitar museus. As parcerias entre escolas e museus são importantíssimas nesse processo. A pesquisadora citou como exemplo, o Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia (Noap),  coordenado pela professora Rejâne Lira do Instituto de Biologia (IBIO/UFBA) que leva conhecimento científico até às escolas. Os animais são levados para ajudar no aprendizado dos alunos e fazer com que estes conheçam as espécies.

“O museu, atualmente, não é mais aquele espaço delimitado por quatro paredes e com coisas antigas. Um museu pode estar mais perto do que se pensa: pode ser uma igreja, uma casa, uma praça ou porque não, até uma cidade?”, enfatizou Marandino. Seguindo esse pensamento, a pesquisadora falou sobre a ideia inovadora dos ecomuseus. Que trazem um novo conceito de museus, surgido na França na década de 1970. A proposta é que os membros de determinada comunidade participem ativamente na formulação e manutenção do ecomuseu. “Este tipo de museu contempla o ambiente em torno do homem (natureza), o entorno social e o próprio homem e sua relação com o ambiente natural”, explicou.

Museu não é mais sinônimo de ambiente cheio de objetos antigos. É um espaço no qual é possível aprender, interagir, se divertir e compreender o outro e seu entorno. É um espaço de formação, de alfabetização e de estímulo às vocações científicas. Não possui somente a função de trazer o conhecimento, mas acima de tudo tem uma missão social. De acordo com a professora Martha: “A ciência está em nosso cotidiano, no nosso dia a dia, e é importante perceber isso e conhecer a ciência para tomar decisões importantes sobre nossa vida, da própria comunidade e da sociedade”, afirmou.

* Graduanda em Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias C,T&I – Ciência e Cultura.

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