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Atualizado em 16 DE julho DE 2016 ás 00:08

Temos que entender a Família

UFBA Comemora 70 anos e os estudantes recém ingressos na Faculdade de Comunicação trazem para a Agência de Notícias Ciência e Cultura suas percepções a cerca das discussões presenciadas n0 Congresso

POR DANIEL ALOÍSIO*
danielaloisio02@gmail.com

Lei Maria da Penha, violência inerente ao ser humano, miscigenação brasileira, as escravas ganhadeiras, igreja… Como imaginar que tudo isso tem relação com o tema “A concepção de família na atualidade”? Ao me preparar para assistir um fórum com esse tema, penso, talvez por preconceito ou ignorância, que haverá um debate sobre a união estável homoafetiva. Porém, logo no inicio do fórum, percebo uma abordagem totalmente mais ampla do que a própria união homoafetiva, abordando temas que jamais pensei que pudesse ter relação com o debate sobre as novas configurações de família, atualmente.

Sobre o olhar do direito, é possível observar o quanto as leis foram, e ainda são, instrumentos para valorizar somente a chamada tradicional família brasileira. A própria Lei Maria da Penha foi criada com um cunho sexista, abrangendo inicialmente somente mulheres que sofrem violência doméstica em uma relação heterossexual, como disse a professora.

Sobre o olhar ético-racial, tem-se o papel da mulher negra nas novas concepções de famílias. Destaca-se o papel histórico dessa mulher negra, uma vez que desde a escravidão, as escravas ganhadeiras já formavam novas famílias diferentes para a época, como destacado pela pesquisadora de estudos éticos e africanos Paloma Wanderlei.

Por fim, sobre o olhar histórico, percebe-se que a formação da família tradicional brasileira possui uma formação histórica, que começa desde a época da colonização, com influência europeia e da Igreja Católica da época. Porém, é um erro pensar que as novas configurações de família constituem como uma ameaça a essa família tradicional, como afirmou a psicóloga Priscila Costa.

Realmente, assistir esse fórum foi um aprendizado sobre um tema que merece ser
discutido não só na UFBA, mas também fora daqui, nos locais onde as novas concepções de família possuem dificuldades de serem entendidas. Destaco a necessidade de valorização dos projetos de pesquisa e do ensino desse tema, mas apelo que tais projetos se estendam para escolas públicas, centros comunitários… Enfim, locais de formação do cidadão. Algo tão enriquecedor não pode ficar preso às paredes da Universidade.

*Estudante do curso de jornalismo da UFBA e voluntário da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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