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Atualizado em 15 DE outubro DE 2017 ás 15:50

Universidade mais verde

Projeto pretende plantar mais de 400 espécies nativas da Mata Atlântica pelos campi da UFBA

POR GIOVANNA HEMERLY *
gihe296@gmail.com

Com o objetivo de oferecer mais áreas verdes para Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Coordenação do Meio Ambiente da UFBA (CMA) está realizando o projeto de recomposição florística. A iniciativa consiste no plantio de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica pelos espaços da universidade. Serão plantadas nessa primeira etapa cerca de 200 espécies, porém a meta é plantar mais de 400 pelo campus da Ondina, do Canela e São Lázaro através de mutirões ao longo do ano.

Imagem: SUMAI (UFBA)

O projeto pretende não só enriquecer a flora do campus da universidade, mas também promover uma mobilização contra a extinção da Mata Atlântica, bioma no qual a região de Salvador está inserida. “As espécies escolhidas compõem o bioma Mata Atlântica. A gente tem plantado, por exemplo, o Pau-Brasil porque era a vegetação que a gente tinha no início e é uma espécie que, além de estar ameaçada de extinção, é de difícil reprodução”, diz Alberto Antônio Guimarães, engenheiro agrônomo da CMA.

Segundo Renato Costa, também integrante da CMA da UFBA, qualquer pessoa pode participar do projeto, tanto ajudando a plantar como doando mudas. Apesar de haver uma preferência por espécies nativas da Mata Atlântica, a Coordenação também recebe doações de outras espécies, no entanto buscará outros lugares para o fazer o plantio. “Caso a planta que a pessoa queira doar não seja da mata Atlântica, a gente recebe, mas avalia um local onde possa ser colocada”, afirma Renato.

Imagem: SUMAI (UFBA)

Contudo, o engenheiro Alberto Guimarães ressalta o cuidado que se deve ter ao escolher as espécies a serem plantadas, pois árvores com o porte muito grande ou que tenham a raiz muito superficial podem trazer danos às estruturas de construções no entorno. Isso resultaria na retirada da árvore, indo contra um dos objetivos principais do projeto que é dar as árvores uma vida longa.

Imagem: SUMAI (UFBA)

Por isso, ele recomenda entrar em contato com a CMA antes de fazer um plantio pelo campus da UFBA. “Às vezes um professor resolve fazer um plantio e não procura a Coordenação do Meio Ambiente da UFBA, não busca a espécie mais adequada para plantar naquele local e depois os problemas surgem. No Restaurante Universitário, por exemplo, tem uma árvore de grande porte com as raízes levantando o passeio e que vão, futuramente, danificar a estrutura. Então a gente sempre recomenda que antes de plantar, procure a Coordenação do Meio Ambiente para saber o que plantar e onde plantar.”

>> Conheça algumas espécies da Mata Atlântica que estão sendo plantadas na UFBA:

Pau-Brasil

Imagem: Wikipedia

Uma das árvores mais conhecidas desde a época do descobrimento, possui flores amarelas que surgem durante os meses de outubro e novembro. Sua cor avermelhada chamou a atenção dos portugueses durante o período da colonização, sendo assim alvo de exploração predatória para a fabricação de móveis, arcos de violinos e tecidos. Essa espécie encontra-se atualmente ameaçada de extinção.

Pau-Ferro

Imagem: Wikimedia Commons

Também conhecido como “ébano brasileiro” por ter uma madeira de alta resistência, possui pequenas flores amarelas que surgem durante o período de outono. Essa espécie é bastante utilizada na medicina popular e na produção de violões e violinos.

Ipê

Imagem: Wikipedia

Famoso por suas belas flores rosas, roxas, brancas ou amarelas que surgem geralmente entre o período do inverno e início da primavera, é uma espécie muito usada por paisagistas. Possui uma madeira de alta resistência e grande durabilidade. Normalmente atrai diversas espécies de pássaros e borboletas.

Pitangueira

Imagem: Wikipedia

Possui pequenas flores brancas de cheiro bastante característico que florescem na primavera. Costuma ser muito utilizada em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Além disso, suas folhas e fruto possuem propriedades medicinais.

*Estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I- Ciência e Cultura da UFBA

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