Newsletter
Ciência e Cultura - Agência de notícias da Bahia
RSS Facebook Twitter Flickr
Atualizado em 14 DE março DE 2018 ás 22:26

Mídia sindical e democratização da comunicação

Mesa debateu o papel do meios de comunicação sindical na busca por uma maior democratização do debate público

POR REBECA ALMEIDA*
rasrebeca@gmail.com

Esta semana a Universidade Federal da Bahia (UFBA) passará ocupada pelas mais variadas pessoas e movimentos sociais. Até o dia 17 acontece o Fórum Social Mundial (FSM 2018), evento internacional que busca aproximar grupos e resistências do mundo todo para convergir lutas da contemporaneidade. O evento está organizado em 19 eixos temáticos cujo objetivo é facilitar os processos de articulação de iniciativas comuns.

Concentração de pessoas na Praça das Artes, UFBA campus Ondina / Foto: Rebeca Almeida

Nesta quarta-feira, 14, foi realizada na Faculdade de Comunicação da UFBA, o painel Mídia sindical e democratização dos meios de Comunicação. O objetivo foi discutir o papel dos veículos de comunicação sindical como alternativa de democratização dos meios de comunicação em contraponto à mídia hegemônica.

A mesa contou com a presença da, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli e do presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos. Para Mielli uma coisa que limita a abrangência da mídia sindical é a falta de redes de comunicação articuladas para enfrentar as narrativas da mídia tradicional. Para a jornalista os sindicatos são constantemente “criminalizados” ou silenciados pela mídia hegemônica, o que acaba enviesando discursos e limitando o debate democrático.

Ela também ressaltou as dificuldades que a comunicação sindical enfrenta para se contrapor aos meios tradicionais. “A imprensa sindical tem suas próprias limitações, uma vez que não temos um canal de televisão ou uma emissora de rádio”. Isso porque, segundo ela, as principais ferramentas das quais dispõem os sindicatos são panfletos, boletins e a internet.

Por outro lado, Vasconcelos alertou para as ilusões que trazidas pela comunicação online. Para ele, apesar da internet permitir que um indivíduo tenha acesso amplo às mais variadas opiniões e ideologias, a comunicação na rede não deixa de estar sendo controlada por empresas privadas.

Vasconcelos ressaltou ainda que as redes sociais cria “bolhas” que acabam isolando indivíduos em espaços virtuais onde interagem apenas com quem possui opiniões iguais às próprias. “Além da disputa pelos espaços em meios comunicação de massa é preciso que discutamos também sobre como deve ser a internet no Brasil e os sistemas de distribuição [da informação]. Não apenas para aumentar o alcance [de postagens] como para possibilitar que seja mais democrática a participação no debate na rede”.

A maior parte das atividades do FSM 2018, seminários, oficinas, atividades culturais e conferências do fórum se concentram no Campus Ondina/Federação mas também há movimento na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e em outros espaços públicos do centro e periferia da cidade. Confira aqui a programação completa.

*Estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *