As transformações sociais e políticas na América do Sul ganham foco no Fórum Social Mundial
AMANDA DULTRA*
amandadultra@hotmail.com
Em seu terceiro dia de evento, 15, o Fórum Social Mundial (FSM 2018) segue levantando questões acerca as dimensões democráticas na América do Sul. Na mesa “Avanços e Retrocessos da Transformação Democrática na América do Sul: Dimensões Político-Culturais”, realizada no auditório da Faculdade de Matemática, as discussões são aprofundadas.
Ao longo de sua duração, os organizadores da mesa propuseram um diálogo dinâmico com o eixo temático proposto “Comunicação, Tecnologia e Mídias Livres”. Eram eles: o vice-reitor da UFBA e doutor em Comunicação e Culturas Contemporâneas, Paulo Miguez; o Ph.D em Políticas Culturais pela Universidade de Buenos Aires, Antônio Albino Canelas Rubim; o sociólogo da Universidade Nacional da Colômbia, Carlos Yañez Canal; e a doutora em História pela Universidade Federal Fluminense, Lia Calabre.
Políticas culturais - Esteve muito presente no debate a necessidade da continuidade das políticas culturais. Essas, como foram definidas pelo antropólogo Néstor García Canclini, são um “conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, instituições civis e grupos comunitários organizados a fim de orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para um tipo de ordem ou de transformação social”. São, em suma, direitos sociais.
Segundo Calabre: “A questão efetiva da política social é contribuir para a formação de uma sociedade mais humana, mais crítica, menos desigual nas formas de ser, ver, e estar. O campo da cultura é o da mentalidade, das ideias que ficam arraigadas e mexem na verdade. Uma das funções da Arte, inclusive, é inquietar, trazer e ampliar questões sobre esse lugar.” A perda dessas políticas poderia significar um dano profundo, como o aumento das desigualdades presentes na sociedade.
Ações afirmativas como as que foram exibidas nos governos de esquerda sul-americano representam um passo para a frente na redução dessa discrepância social e a recognição da pluralidade existente nas várias camadas das comunidades latinas. Conforme comentou Rubim: “Alguns países se tornaram constitucionalmente pluriculturais ou plurinacionais, como Equador, Bolívia e Colômbia, ou seja, reconheceram ser constituídos por várias culturas diferentes e deram a essas etnias autonomia. (…). Reconhecem sua diversidade e que contém em si várias nações”.
*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter na Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA