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Atualizado em 18 DE outubro DE 2018 ás 14:32

Saúde mental na universidade

A mesa “PsiU - estratégias para a saúde mental e o bem estar da UFBA” evidencia a necessidade de métodos para contornar transtornos psicológicos na vida universitária, que tem registrado auto índices entre estudantes

POR AMANDA DULTRA*
amandadultra@hotmail.com

O segundo dia do Congresso de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que traz a temática “E agora, Brasil? – A Universidade e Desafios Desses Novos Tempos”, trouxe atividades que proporcionaram a reflexão acerca do papel social da academia, sobretudo no momento atual do país, que influencia a autoestima e a saúde mental dos brasileiros, especialmente estudantes. Para tanto, a mesa realizada pelo Programa de Saúde Mental e Bem Estar na UFBA (PsiU): “PsiU – estratégias para a saúde mental e o bem estar da UFBA”, chamou atenção para o mal estar psicológico presente na comunidade universitária.

A saúde mental nunca antes fora tão preocupante pauta. Segundo a pesquisa, realizada em 2017, pela Organização Mundial da Saúde, a depressão aumentou 4,4% no mundo entre 2005 e 2015. Só no Brasil, esse quadro atinge 5,8% da população – fora a ansiedade que acomete 9,3% dos brasileiros, tornando nossa nação a mais ansiosa das Américas. Esses dados também são muito expressivos entre estudantes de graduação, segundo um estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2016, que atestou que 30% dos alunos de graduação em instituições federais no Brasil procuraram atendimento psicológico dois anos antes. Diante desse cenário alarmante, ações afirmativas como o PsiU, que tentam reverter esse quadro, funcionam como um farol aos mais angustiados.

O PsiU, criado em 2016, por iniciativa do doutor em Psicologia Marcelo Veras, é uma atividade de extensão, um canal de escuta criado entre a Universidade e os estudantes. Seu atendimento não é apenas realizados por meio dos psicólogos do programa de forma presencial, mas conta com o auxílio da tecnologia, do aplicativo de conversa, o Whatsapp. A existência de um vínculo muitas vezes pode salvar vidas. Segundo Doutor Veras, o primeiro atendimento já tem resultados positivos. De acordo com dados do programa, a maior razão da procura dos seus serviços é em “relação com o curso e com a universidade”, denotando então um sentimento de isolamento na própria academia.

No artigo publicado em 2014, intitulado de “Os ‘Novos’ Universitários e os (Des)Caminhos para a Afiliação Estudantil e a Permanência”, as autoras Greyssy de Souza e Dyane Santos, já apontavam essa problemática e afirmaram: “Não basta apenas ter a bolsa, poder tirar a xerox, alimentar-se, é preciso sentir-se membro da universidade. Esta condição simbólica, que perpassa as condições materiais, é na verdade a base delas”. Vale salientar também que a doutora em Saúde Coletiva, Vládia Jucá, afirmou que ⅔ dos que buscam o PsiU vieram de outras cidades para estudar na UFBA.

Além dos já mencionados acima, estiveram presentes na mesa a doutora em Psicologia Tháis Goldstein, e os psicólogos Luiz Felipe Monteiro, Regina Raposo, e Jussara Guerra. Todos eles estão envolvidos intimamente com o PsiU.

Atendimento do PsiU - Os estudantes que precisarem de um atendimento psicológico deve se dirigir à sede da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE), localizado na Rua Caetano Moura, na Federação, de segunda à sexta-feira, das 9h até 17h, exceto às quartas quando acontece das 9h até meio-dia. O número de contato é (71) 9 9811-2828.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA.

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