Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da Universidade Federal da Bahia promoveu debate internacional sobre preservação do patrimônio cultural imaterial latino-americano e caribenho no pós- Covid
Agência de Ciência e a Cultura
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Elis Freire
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O XVIII ENECULT, que ocorreu entre os dias 9 e 12 de agosto deste ano, foi um espaço de divulgação científica e artística que promoveu debates em diversos eixos temáticos. O patrimônio vivo ou patrimônio cultural imaterial (PCI) foi tema da produção acadêmica “Patrimonio cultural inmaterial e inclusión social: Aportes para agenda de desarrollo de la era post-COVID en América Latina y el Caribe”, lançada e debatida em evento na Faculdade de Comunicação da UFBA, coordenada pelo grupo de estudos CULT.
O livro foi um trabalho conjunto de mais de 20 autores, de 7 países, dentre eles Patrícia Silvana Martin, Hilda Jaqueline de Fraga, José Roberto Severino e Manuel Sevilla, com o objetivo de propor uma análise multidimensional dos PCI´s, que são as mais diversas formas de práticas comunitárias, expressões artísticas e saberes compartilhados, diante do período pós pandemia da COVID-19.
Produzido pela “Red de Cooperación Académica en Patrimonio Cultural Inmaterial de Latino américa y el Caribe – ReCA PCI LAC” e financiada pela Oficina de Montevidéu desde 2018 da UNESCO, o trabalho de pesquisa foi disponibilizado gratuitamente de forma virtual e debatido na mesa da ENECULT intitulada “Diálogos Emergentes – Patrimônio Cultural Imaterial em tempos de pandemia: emergências, ativismos e agendas”, transmitida ao vivo pelo Youtube.
Temas como inclusão social, garantia de direitos e preservação de patrimônio foram discutidos em pesquisa que procurou analisar importantes vetores de inclusão social, defendendo a importância de políticas públicas para resistências das práticas comunitárias. “ O livro coloca no centro a questão dos Direitos Humanos que todos precisam de meios para alcançar, de forma não excludente ”, afirma Patrícia Martín.
A mesa foi mediada pelo coordenador e um dos autores do livro José Roberto Beto Severino, com participação de Patricia Sant Martín, pesquisadora argentina da Universidade Nacional do Rosário (CONICET-UNR) e editora do livro, além de Hilda Jaqueline de Fraga, coautora e pesquisadora da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Marielle Costa do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e André Luis Soares da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) participaram como debatedores.
As pesquisadoras e pesquisadores buscaram criar uma rede de diálogo entre os países da América Latina para debater o impacto do cenário pós pandêmico para as práticas culturais comunitárias. Hilda de Fraga ressaltou: “ O patrimônio cultural imaterial sofreu muito com a pandemia, com o distanciamento social, pois ele depende das pessoas do convívio do encontro para se expressar”. “As crises mostram onde devemos focar para pensar em projetos necessários para uma real inclusão social”, completa Patrícia.