Popularização do conhecimento e estratégias de divulgação científica foram os eixos temáticos abordados pela professora da Facom, Simone Botoliero
Por Dayanne Pereira*
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Auditório lotado e pessoas dispostas a entender como a mídia pode contribuir para a divulgação científica, esse foi o cenário do auditório Professor Guilherme Rodrigues da Silva, no Instituto de Saúde Coletiva (ISC), na tarde desta sexta-feira (02), para receber o Seminário de Pesquisa – “Mídia e Ciência: o papel dos pesquisadores da Ufba na popularização do conhecimento”, da professora da Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom), Simone Bortoliero.
O Seminário de Pesquisa é uma atividade semanal do ISC que reúne docentes, pesquisadores e estudantes de pós graduação em torno de temas relevantes em saúde. Para a professora da disciplina Comunicação em Saúde, no mestrado em Saúde Coletiva do ISC, Ligia Rangel, “o tema Mídia e Ciência já é alvo de preocupação dos pesquisadores do instituto que vem se reunindo para discutir estratégias de divulgação científica, de modo que a palestra foi bastante oportuna”, destaca.
Durante explanação a professora Simone Bortoliero falou sobre o papel da ciência no cotidiano dos alunos de escola pública e defendeu o incentivo a apresentação de conteúdos de forma diferenciada, “se as crianças gostam de imagens, por que elas não podem entregar trabalhos escolares em imagem ou vídeo?”, perguntou para a plateia.
A professora da Facom citou ainda a importância da popularização da ciência e da qualificação interdisciplinar dos jornalistas e dos pesquisadores para que essa ação aconteça. Além disso, essa propagação do conhecimento deve ser de maneira multimidiática. Entre as ações apresentadas pela professora Simone Bortoliero estão o “Fala Pesquisador”, que é uma forma de apresentar o pesquisador através de uma gravação amadora no próprio celular; o “Diário do Pesquisador” que é realizado com o acompanhamento de um jornalista e o “Pesquisa em Ação” que mostra os processos e métodos de pesquisa.
A mestranda em Saúde Coletiva do ISC, Ana Maria Rico, comentou a importância do Seminário para divulgação do conhecimento, “achei pertinente, o campo da saúde coletiva é um campo de produção do conhecimento, mas também de produção de prática”, destaca.
Sobre a percepção pública da ciência, a coordenadora da pós graduação do ISC, Darci Neves, disse que “a especificidade da ciência e a importância de fazê-la chegar a outros espaços cria uma juventude informada”.
Outra questão relevante abordada durante o encontro foi a relação entre o tempo de produção dos jornalistas e o tempo da pesquisa científica, para a professora Simone Bortoliero esse impasse precisa ser amenizado através da qualificação de ambos os lados.
O Seminário foi finalizado com dicas para os pesquisadores receberem a imprensa, entre elas: fazer associações entre pesquisa e desenvolvimento econômico, social, cultural e humano do país ou do mundo e mostrar que os resultados das pesquisas podem ser transformados em políticas públicas com impacto direto na sociedade.
Para a professora do mestrado em Saúde Coletiva, Ligia Rangel, o Seminário sobre Mídia e Ciência da professora Simone Bortoliero, foi “uma aula muito interessante de como se pode trabalhar nessa interface e, de maneira muito bem humorada, nos convidou a aprender a falar mais próximo à população, assegurando o direito desta a informação. É dever dos pesquisadores tornarem públicas suas pesquisas, para além do próprio meio acadêmico e científico”.
* Jornalista e mestranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Ufba
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