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Atualizado em 19 DE outubro DE 2011 ás 12:57

Sustentabilidade é tema de palestra e lançamento de livro no Café Científico

Pesquisador da USP, José Eli da Veiga, fala sobre sustentabilidade, faz críticas ao RIO+20 e lança o livro “Sustentabilidade – A Legitimação de um novo Valor”, no Café Científico da SNCT na Ufba

Por Wagner Ferreira e Raíza Tourinho*
wagner.ferreira@ufba.br / rainamorgan@gmail.com

O professor de economia da USP e pesquisador do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA), José Eli da Veiga, foi o convidado deste mês de outubro do Café Científico, evento que promove o debate de questões da ciência entre pesquisadores e sociedade.

Colaborador permanente das colunas de opinião do jornal Valor e da revista Página22, Eli da Veiga ministrou a palestra: “A Sustentabilidade é Turquesa”. Após o debate, ele lançou o seu novo livro: “Sustentabilidade – A Legitimação de um novo Valor”, da Editora Senac, na Saladearte Cinema da Ufba, em Salvador, terça-feira (18).

Eli da Veiga fez uma breve retrospectiva sobre os principais acontecimento mundiais que consolidaram o termo “sustentabilidade” em discussões entre chefes de Estado,  a exemplo da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, (Estocolmo – 1972); e a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida por Cúpula da Terra ou ECO-92 (Rio de Janeiro – 1992), esta considerada a mais importante conferência ambiental mundial até hoje, também por consolidar o conceito de desenvolvimento sustentável.

RIO+20 - José Eli da Veiga falou das perspectivas para a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, programada para acontecer entre os dias 4 e 6 de junho de 2012, 20 anos depois da e ECO ou Rio 92.

Veiga acredita que ainda é cedo para apostar na cúpula global que estará presente no Rio de Janeiro. Em seu artigo, “A Sustentabilidade é Turquesa”, ele não vê com otimismo as plataformas lançadas pelas organizações internacionais, por: “começar a parecer possível que ela venha a catalisar um histórico impulso ao vacilante processo de ruptura ideológica com o crescimento econômico marrom. Mesmo que sob a égide da tão ilusória quanto cômoda bandeira da ‘economia verde’”, afirma.

José Eli da Veiga e Charbel El-Hani, um dos organizadores do Café Científico

O pesquisador da USP se embasa na hipótese do GGTT: The Great Green Technological Transformation, título do World Economic and Social Survey 2011, publicação anual do departamento de assuntos econômicos e sociais da Organização das Nações Unidas (ONU), que vai na contramão do discurso sobre a sustentabilidade.

Um dos dados revelados pelo GGTT, é o que afirma que o desenvolvimento humano de qualquer país deixa de avançar a partir de um patamar de consumo energético equivalente a duas toneladas de petróleo per capita (110 gigajoules). Com este argumento, o GGTT defende a proposta de adoção de tetos (caps) para o uso de energia nos países mais ricos, o que na visão de Eli da Veiga, seria benéfico para todo o mundo.

A SaladeArte Cinema da Ufba recebeu professores, estudantes, pesquisadores e público em geral

O pesquisador explicou que após a Segunda Guerra Mundial, até o fim dos anos de 1960, foi um período de altas taxas de crescimento em todo o mundo, tanto para países tidos como desenvolvidos como os em desenvolvimento. “O crescimento desses países gerou um maior consumo e a partir dos anos de 1970, começou a se refletir sobre sustentabilidade em escala mundial”, diz Veiga.

Ao final da palestra, José Eli da Veiga participou da sessão de autógrafos no lançamento do seu novo livro

Eli da Veiga diz ainda que, ao final da década de 1980, havia dois blocos: àqueles que defendiam a preservação dos recursos naturais e o grupo que levantava a bandeira do desenvolvimento e do progresso, sem observar a degradação do meio ambiente. “As discussões eram tensas. Até que em um desses momentos, ambientalistas disseram que não eram contra o desenvolvimento, mas queriam este fosse sustentável. A partir daquele momento, houve a junção das palavras: desenvolvimento e sustentabilidade, nunca aplicadas juntas”, explica.

Ao final da palestra, José Eli da Veiga respondeu a perguntas da platéia. Em uma delas, explicou o que difere uma ação de responsabilidade social de uma sustentável. “Ainda é a ‘pegada ecológica’”. O termo foi utilizado em 1992 pelo ecologista William Rees e atualmente empregado ao redor do mundo como um indicador de sustentabilidade ambiental, já que é um medidor e gerenciador do uso de recursos por meio da economia.

Currículo - José Eli da Veiga, 63, é professor titular de economia da Universidade de São Paulo (USP), pesquisador de seu Núcleo de Economia Socioambiental (NESA), e orientador em dois programas de pós-graduação: Relações Internacionais (IRI-USP) e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Página WEB

O Café Científico é uma realização da Pró Reitoria de Extensão Proext-Ufba; da SaladeArte Cinema da Ufba; do Programa de Pós Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (Ufba/Uefs); e Livraria LDM Multicampi.

Veja mais fotos do evento

*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

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