Biotecnologia foi tema central de palestra do Circuito Universidades da SNCT realizada no auditório da FioCruz Bahia
Por Cristiani Cardozo*
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“Onde entra a ciência, não entra a violência”, afirmou o professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), pesquisador do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPGM), da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e mediador da palestra sobre “Biotecnologia e Saúde”, Marcos André Vanneir dos Santos. O evento da última terça-feira (18), no auditório do CPGM, da FioCruz, ainda contou com os professores Aristóteles Góes Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A palestra faz parte do Circuito Universidades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece até o dia 23 de outubro, promovendo temas estratégicos de ciência, tecnologia e inovação.
Campo de trabalho multidisciplinar, a biotecnologia se define como um “processo tecnológico que utiliza organismos, podendo ser inteiros ou parte deles, tanto na forma natural ou geneticamente modificada, para a produção de bens e serviços que tenham, claramente, uma finalidade econômica”, explicou o palestrante, Aristóteles Góes Neto. Segundo Neto, a biotecnologia pode ser aplicada em diversas atividades vinculadas a indústria e na produção de materiais como butanol, acetona, glicerol, ácidos orgânicos, enzimas, biocombustíveis, biomateriais, entre outros. Na agricultura, pode estar relacionada, por exemplo, a melhoramento de micropropagação e de transgênicos; na área da saúde, com a fabricação de fármacos e vacinas; no estudo genético, na terapia celular, em biomarcadores; no meio ambiente, com a biorremediação, técnica que utiliza um organismo para tentar acabar ou diminuir a poluição, nos alimentos, na produção de cerveja, pães, queijos e entre outros. Na área de bionegócios lida com questões de financiamentos, propriedade intelectual e etc. “A biotecnologia permeia praticamente tudo em nossa vida, é uma área prioritária dos governos estaduais e federais e na grande maioria dos países, há bastante tempo”, conclui o palestrante, Aristóteles Góes Neto.
De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no Brasil existem 3.181 programas de pós-graduação Scrito Sensu e 33 programas de mestrado e doutorado, com o total de 50 cursos, concentrados a maior parte deles na região sudeste, com 14. A região nordeste aparece em segundo lugar com sete, a região sul com seis e a região norte com quatro cursos. O levantamente feito pela Capes também confirmou que 78% dos programas de mestrado e doutorado e o repasse de recursos financeiros, estão concentrados no centro-sul do país, especificamente, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. A Bahia possui, atualmente, três programas de mestrado e doutorado, localizado na Uefs, na Ufba e no CPGM FioCruz.
Segundo os palestrantes, para ocorrer a inovação tecnológica, parcerias entre instituições públicas de ensino, centros de pesquisa, governos, empresa e sociedade para a formação de mão-de-obra qualificada e fomentar pesquisas na área é importante para converter ideias que possam ser exploradas comercialmente e produzir bens e serviços a sociedade. “Não precisamos de cientistas pensativos, mas sim de cientistas com criatividade”, finalizou o professor da Unicamp, Gonçalo Amarante.
*Estudante de Produção Cultural da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom