Ciência de Jovem para Jovem promove até a sexta-feira acesso gratuito à peças e videos sobre ciência, além de brincadeiras com diversos experimentos cientificos
Por Marília Mariotti*
marilia.mariotti@gmail.com
Muita gente se arrepia só em ouvir falar nas disciplinas “biologia, ”química” e “física” e ainda pensa que cientista é um cara que vive apenas em laboratórios. Desmistificar e popularizar a ciência é a principal proposta da mostra “Ciência de Jovem para Jovem – Uma Articulação entre a Escola e a Formação de Cientistas”. O evento, que acontece no CIAC do Alto de Ondina, está sendo realizado desde terça-feira (18) e dura até a sexta- feira (21). Durante todo o dia, o público poderá ter acesso gratuito à peças e videos sobre ciência e brincar com os mais diversos experimentos cientificos.
Não é só uma mostra – O evento faz parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), mas é um dos frutos de um trabalho maior que já dura sete anos, o “ Arte, Ciência e Magia”. O programa do Instituto de Biologia da Ufba foi fundado e é dirigido pela Profa. Dra. Rejane Lira, também coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia de Animais Peçonhentos da Bahia (Noap) e tem como proposta criar experimentotecas, uma espécie de biblioteca de experimentos científicos, para que estes funcionem como instrumentos educacionais criativos para o ensino da ciência nas escolas. “A real importância desse trabalho é abrir uma janela na mente do aluno. É despertá-lo para um novo mundo, mesmo que ele não entenda naquele momento todo o conteúdo desse mundo. O objetivo é tocá-los”, defini Lira.
Para a professora, também ocorre um importante despertar nos estudantes de graduação que participam do projeto, principalmente, no que se refere à consciência do papel social da universidade. “É uma troca de aprendizado continua e intensa”, concluiu.
De Jovem Para Jovem mesmo - Quem for ao evento não deve se impressionar ao encontrar em vários estandes monitores bem jovens operando e explicando seus próprios experimentos. Isso porque o “Arte, Ciência e Magia” possui bolsistas de iniciação científica e estudantes colaboradores dos “Centros Avançados de Ciências” do Colégio Estadual Alfredo Magalhães e do Instituto de Biologia da Ufba.
É o caso de João Victor, 13 anos, que há um ano é colaborador do centro avançado de ciências do C.E. Alfredo Magalhães, onde é orientando da professora e bióloga Bárbara Rosemar. “No centro, eles te perguntam com o que você quer trabalhar quando crescer e a partir daí você começa a pesquisar experimentos que tenham a ver com sua área de interesse”, explica Victor, que pretende ser ornitologista e desenvolveu um experimento para explicar a planagem de aves usando um secador e um balão de ar.
Desorganização na SNCT - Apesar da experiência da equipe do “Arte, Ciência e Magia” no planejamento de ações como essas, que já realizou mostras em comunidades da Ilha de Maré e no Espaço Cultural da Barroquinha. O evento que aconteceria no Shopping Iguatemi teve de ser transfirido às pressas.
A razão, segundo a coordenadora Rejane Lira, foi a falta de organização da Secretária Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação (SECTI) e da própria Fapesb, reponsáveis pelo espaço que abrigraria a mostra. “O evento estava marcado para começar na segunda. Quando chegamos no domingo de manhã com o material para deixar os experimentos já preparados descobrimos que só poderiamos instalá-los na quarta feira”, informa Lira.
Ainda segundo a coordenadora que participa da SNCT desde a primeira edição, o ocorrido é exemplo do crescente descaso da SECTI para com o a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. “O pessoal contratado este ano para organizar o evento não é dá area. A minha impressão é que essas pessoas pensam que a SNCT é um evento pontual como uma feira de ciência e não um evento que resulta de trabalhos continuos que buscam promover a educação científica no estado e no país”, declara.
*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom
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