Convidado da 11º Semana de Arte Ciência e Tecnologia da Ufba (Acta), o professor Olival Freire Jr. ministrou, dia 8 de novembro, a palestra “A saga dos dissidentes quânticos”, em que destacou o papel de um conjunto de cientistas na “transformação” da Física Quântica um tema central da disciplina. Ao final da apresentação, Freire Jr. concedeu entrevista à Agência de Notícias Ciência e Cultura
Por Carolina Mendonça
carolinacmendonca@gmail.com
Ciência e Cultura – Como recebeu a notícia de que o livro Teoria Quântica: Estudos Históricos e Implicações Culturais (Editora da UEPB), organizado pelo senhor em conjunto com Osvaldo Pessoa Jr. e Joan Lisa Bromberg, foi premiado com o Jabuti 2011, na Categoria Exatas?
Olival Freire Jr. – Fiquei muito satisfeito, muito contente, é um prêmio que dá distinção no cenário intelectual, pois já existe há quase 50 anos. E o livro é resultado de um projeto de pesquisa a que me dedico há nove, dez anos, mas não de maneira isolada. Há um leque de colaboradores envolvidos trabalhando em temas correlatos. A obra reúne textos de autores brasileiros e estrangeiros, alguns já bastante experientes, e outros são alunos de mestrado e doutorado, outro fato que faz desta premiação algo bastante gratificante.
Ciência e Cultura – Como tem sido o trabalho na Coordenação do Conselho nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT)?
Olival Freire Jr. – Primeiro, é preciso retificar que eu sou o coordenador da Secretaria do Conselho, pois quem coordena o CNCT é a presidenta Dilma. Dito isto, o CNCT é um órgão com funcionamento um tanto limitado a uma ou duas reuniões por ano. Em 2011, tínhamos muitos mandatos de conselheiros expirando e, por isso, nos concentramos na renovação destes mandatos, mas faremos nossa primeira reunião ainda este ano.
Ciência e Cultura – O senhor também é presidente (até 2012) da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), como tem conciliado todas estas atividades?
Olival Freire Jr. – Com muita dificuldade e sacrifícios pessoais, o que tem me levado a refletir se vale a pena se meter em tantas coisas ao mesmo tempo (risos). Mas, em 2010, realizamos 12º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia e o 7º Congresso Latino-americano de História da Ciência e da Tecnologia aqui em Salvador, o que, para mim, foi muito importante. E já tem data marcada para 2012 o 13º Seminário Nacional, que vai acontecer entre os dias 03 e 06 de setembro, nas dependências do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.
Ciência e Cultura – No dia 04 de novembro, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, esteve em salvador para receber, da bancada do Nordeste da Câmara dos Deputados, o Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste. Como o senhor vê esta movimentação política?
Olival Freire Jr. – Não estive no evento e ainda não li o Plano, que foi elaborado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) do Ministério, a pedido da Bancada. Mas há duas coisas muito claras sobre este assunto: uma delas é que é preciso um enfrentamento das desigualdades na distribuição dos recursos, e este enfrentamento ainda é pequeno. Outra coisa é que não há pressão suficiente das lideranças do Nordeste, exceto as de Pernambuco e Ceará, para que a região obtenha mais investimentos. Da Bahia, eu não vejo qualquer movimento. Quanto à mudança na política de editais para liberação de recursos (uma das propostas do Plano), sinceramente não estou convencido de que deixá-la seja a melhor solução.
Mas o melhor seria os governos também alocarem recursos próprios na área. As administrações estaduais precisam investir recursos em ciência e tecnologia. A Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) tem 40, 50 anos de atuação contínua, o que é essencial para o desenvolvimento científico e tecnológico. Os recursos estão previstos no orçamento estadual. No passado, alguns dos primeiros institutos de ciência surgiram no Nordeste, esse investimento local é fundamental.
Entrevistas
Em entrevista exclusiva, físico baiano fala sobre sua nomeação à Secretaria do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, da construção de usinas nucleares no Brasil, desenvolvimento cientifico e tecnológico.
Físico baiano e coordenador do Laboratório de Propriedades Ópticas (LaPO-Ufba), centro de pesquisa responsável por anunciar, em 2010, o desenvolvimento da primeira célula solar de filmes finos CIS (Cobre-Indio-Selênio) do Brasil, fala sobre Nanotecnologia e da Academia Baiana de Ciências, onde também é membro
Notícias relacionadas