Lílian Mota (TV Bahia) Wilma Nascimento (Inema), e o blogueiro Diêgo Lôbo falaram dos desafios impostos pela pauta ambiental no pré evento do Encontro Sustenta
Por Wagner Ferreira
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Profissionais de comunicação que atuam na área ambiental se reuniram nesta quarta-feira (30) no Espaço Glauber Rocha – Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi em Salvador – para tratar de temas ligados ao Jornalismo Ambiental durante o quarto pré evento promovido pelo Encontro Sustenta. Entre eles, estavam a jornalista Lílian Mota, editora do Jornal da Manhã – TV Bahia, a coordenadora de comunicação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Wilma Nascimento, e o relações públicas Diêgo Lôbo, editor do blog “E esse tal Meio Ambiente?”.
Diêgo Lôbo apresentou o seu blog e falou das dificuldades de se encontrar veículos que informem assuntos ligados ao meio ambiente com a devida propriedade. Ele falou também da importância das redes sociais na comunicação, mas fez uma ressalva: “as redes sociais têm papel importante na comunicação ambiental, mas é muito difícil tirar as pessoas do mundo virtual para o real. É fácil ‘curtir’ no Facebook, mas muitos não fazem na prática o básico em suas próprias casas”, observou.
Wilma Nascimento trouxe a sua experiência com comunicação ambiental vivenciada no Inema. A coordenadora de comunicação do órgão falou do relacionamento do instituto com a imprensa e da responsabilidade ao passar informações com a devida apuração. “Só informamos à imprensa quando temos certeza do ocorrido, se possível embasados por relatório técnico”, diz Wilma, que completa: “para tentarmos acompanhar a rotina de produção jornalística dispomos de textos padrão praticamente prontos para agilizarmos o trabalho do repórter.
A jornalista Lílian Mota apresentou um retrospecto dos programas de TV que apresentavam em suas programações a pauta ambiental desde a década de 1960. Ela também reconheceu a omissão da imprensa para temas ambientais graves, que indiquem conflitos com a linha editorial do veículo.
Para ela, os blogueiros têm importância fundamental na cobertura ignorada pela grande imprensa. “O blogueiro não sofre pressão do dono do jornal ou da TV para não publicar algum assunto que vá de encontro aos interesses econômicos do órgão de imprensa. A população sabe quando um grande veículo não está presente em um incidente e verá que o blogueiro esteve lá e publicou; fez a denuncia, e o grande jornal se omitiu”, diz.
Ela também criticou a deficiência dos veículos de imprensa na cobertura da pauta ambiental. “Quando falamos de uma enchente deveríamos também falar da causa desta enchente: lixos nos em esgotos, casas construídas na beira de rios, etc. Nós da imprensa dizemos que vamos voltar para dar continuidade, mas somos atropelados pelas rotinas factuais que chegam às redações e acabamos não damos seguimento à pauta”, completa Lílian.
Cerca de 40 pessoas estiveram no evento, entre elas o coordenador jurídico, da Ocip Rio Limpo, Caio Marques, que elogiou o papel da imprensa e fez criticas às informações difundidas nas redes sociais sem a devida apuração. “Estou muito feliz em ouvir vocês, que fazem o produto informação que consumimos falarem das dificuldades enfrentadas na construção diária da notícia. Já nas redes sociais, estas se tornaram irresponsáveis ao tratar de qualquer assunto. É preciso contextualizar os fatos e não sair falando de forma inconsequente”.
O advogado ainda promoveu uma reflexão: “ninguém sabe para onde vão as fezes e a urina que produzimos. E as pessoas ficam questionando a qualidade das praias e dos rios. É uma hipocrisia absoluta do ser humano. Precisamos pesquisar mais e parar com comentários sem fundamento”, desabafa.
Questionada sobre até que ponto vai a autonomia do Inema diante da urgência da Copa do Mundo e da pressão de governo e sociedade, Wilma Nascimento explicou o processo complexo de licenciamento – que segundo Lílian Mota, há a informação de 13 mil pedidos parados. “São apresentadas todas as documentações, os técnicos vão a campo e veem se estão sendo atendidas todas as exigências, que são de 10 a 30 condicionantes. Uma destas é que a empresa se comprometa com a comunicação ambiental para que ela se estabeleça naquele local, aí o requerente à licença passa para a fase de implantação.
Sobre o atraso na liberação, ou não das licenças atrasadas, a coordenadora de comunicação do órgão explicou: “são passivos ambientais desde 1995. Dispomos de 40 técnicos, que se dividem entre fiscalização e licenciamento, o que é muito pouco, além de boa parte das empresas não terem apresentado a documentação necessária”. Wilma informou ainda que o trabalho de licenciamento para a Copa também está parado.
O Encontro Sustenta é uma iniciativa da advogada Erica Rusch, sócia-fundadora do Rusch Advogados, escritório especializado em Direito Ambiental e Urbanístico. A intenção é promover um debate sobre sustentabilidade que reúna pontos de vista de profissionais de diversas áreas sobre a necessidade atual de ajustar desenvolvimento sócio-econômico e conservação ambiental. O Encontro já trouxe, através dos pré-eventos, a perspectiva do Direito, da Indústria, da Arquitetura e apresenta, este mês, a perspectiva da Comunicação a respeito de sustentabilidade e meio ambiente.
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Opinião
eu tb sou blogueiro, e tenho um blog sobre o Meio Ambiente.
http://www.naturezasilvestre.blogspot.com