Laboratório de Ecologia Costeira desenvolve uma pesquisa que objetiva aumentar a produção de crustáceos em áreas marinhas de forma familiar e não empresarial, a maricultura familiar
Por Jane Evangelista
janeevangelista@gmail.com
O Laboratório de Ecologia Costeira e Maricultura (Ecomar) do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), coordenado pelo professor Miguel Accioly, desenvolve uma pesquisa que objetiva aumentar a produção de crustáceos em áreas marinhas de forma familiar e não empresarial, a maricultura familiar. Os crustáceos cultivados pelas famílias são as ostras, e, futuramente, serão também as lambretas. Os pescadores e as marisqueiras artesanais, que foram abalados economicamente pela perda de parte do manguezal que os sustentavam, passam a ter nestes crustáceos o complemento à renda familiar.
A criação destes seres em viveiros é importante também do ponto de vista ambiental, porque preserva as reservas naturais dos crustáceos, concentrando a produção no espaço dos viveiros, evitando a pesca destes no ambiente. No caso da lambreta, por exemplo, a demanda é imensa, e já se observa a diminuição do tamanho dos crustáceos encontrados, eles não estão tendo tempo suficiente para reprodução e crescimento.
Os membros das comunidades que participam do projeto aprendem técnicas de cultivos destes seres. Além disso, o projeto tem promovido a integração dos trabalhadores dos municípios participantes, que vai de Cachoeira à Itamaraú na Bahia. Em um dos encontros, foram reunidas cerca de 70 famílias, que discutiram os problemas e encaminharam propostas que objetivavam a maior produtividade de seus cultivos. “O intuito é fortalecê-los enquanto um grupo produtivo”, afirma Accioly. Além disso, o projeto desenvolvido pelo Ecomar produz conhecimento sobre a melhor forma de intervir no ambiente, sobre como melhorar a criação de uma forma geral e suas questões sanitárias, além de trabalhar questões que envolvem a qualidade de vida do trabalhador.
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