A especialista em resíduos sólidos, Viviana Zanata, enriqueceu a compreensão sobre a devida deposição dos diferentes tipos de lixo. Durante a exposição no Ciclo de Palestras Arquitetura e Sustentabilidade argumentou que o manejo dos dejetos deve priorizar a separação. Ela também destaca que falta de preocupação com o destino final do lixo é, de certo modo, um problema cultural.
POR EDVAN LESSA*
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Em um momento no qual o conceito de sustentabilidade integra discursos cada vez mais simplórios, o Ciclo de Palestras Arquitetura e Sustentabilidade – promovido pelo Departamento das Tecnologias Aplicadas à Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA (FAUBA) – surge com a proposta de enriquecer as compreensões sobre o meio ambiente contemporâneo. Os debates que seguem até junho, contaram nesta quarta-feira (09 de maio), com as contribuições da Engenheira Professora Doutora Viviana Maria Zanta, que coordena o Mestrado em Meio Ambiente, Águas e Saneamento e o Grupo de Resíduos Sólidos na Escola Politécnica da UFBA.
Na ocasião, a especialista discutiu de que maneira a Engenharia Sanitária e Ambiental atua com as tecnologias aplicadas ao manejo de resíduos sólidos. “A tecnologia [ao ser implementada] deve ser ajustada a cada realidade. Deve haver a preocupação com o seu uso.” Acredita Zanta, reforçando que, o problema da indevida alocação dos resíduos sólidos é também uma questão cultural da população.
Viviana Zanta aponta que os conflitos causados pelo mau tratamento dos rejeitos têm efeitos na saúde das pessoas pela atração e proliferação de vetores infecciosos e parasitários. “Há políticas públicas para lidar com essas questões de alocação e tratamento dos rejeitos, no entanto, as gestões não valorizam o manejo apropriado dos produtos descartados”, destacou. A professora enfatiza, nesse sentido, a importância da divisão domiciliar e pública dos materiais rejeitados, como por exemplo, os que representam risco de contaminação biológica em um container específico; os produtos molhados em outro, etc.
Zanta falou ainda sobre o descarte indevido de resíduos como no caso de lâmpadas fluorescentes, entulhos e o problema dos lixões a céu aberto. A pesquisadora ressalta que a compostagem pode ser outra alternativa para o problema do lixo.
Debate sobre sustentabilidade deve acontecer anualmente
A idealizadora do Ciclo de Palestras Arquitetura e Urbanismo, Márcia Rebouças Freire, também professora da FAUFBA e do Laboratório com Tecnologias Aplicadas à Arquitetura da Faculdade espera que o evento seja anual, e afirma que se trata de uma antiga dívida da FAUFBA. A vice-chefe do projeto, Luciana Calisto, que também é professora da FAUBA e Laboratório reforça: “Vamos começar a pensar, discutir, reinventar e rearquitetar o evento para que consigamos pôr em prática conceitos mais complexos”.
* Edvan Lessa é estudante de Comunicação – Jornalismo da Faculdade de Comunicação, na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura -UFBA.