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Atualizado em 5 DE janeiro DE 2012 ás 21:31

Carlos Alberto Estevão

Pesquisador da Universidade do Minho, autor de 11 livros, 11 capítulos de livros e mais de 60 artigos em Portugal e no Brasil, fala sobre Justiça em Educação, Políticas de Privatização e Autonomia e Formação

POR POLLYANNA COUTO*
pollycouto@live.com

Carlos Alberto Vilar Estêvão, nasceu em Vila Flor, Bragança, Portugal. Licenciado em Filosofia, Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea e com uma especialização em Administração Escolar.


Estêvão é doutor em Organização e Administração Escolar e tem integrado equipes de investigação nacionais e estrangeiras nas áreas das Políticas de Formação, Justiça e Educação, Ensino Privado e Associativismo Estudantil. Ele publicou em Portugal e no Brasil, 11 livros, 11 capítulos de livros e mais de 60 artigos, sobre temáticas que vão desde a Justiça em Educação, às Políticas de Privatização, Autonomia e Formação. Atualmente é Professor Catedrático da Universidade do Minho, em Portugal.


Ciência e Cultura – O doutor falou sobre “democracia do futuro”, então qual seria essa tão sonhada democracia do futuro?

Carlos Alberto Estevão – Em termos de tendências, a democracia poderá continuar a evoluir para uma “pós-democracia”, cujo referencial assenta no modelo de mercado. Contudo, há que estar atento a movimentos diversos que cada vez mais expressam alternativas a este modelo, pugnando por uma democracia mais substantiva, por uma democracia mais deliberativa e comunicativa, com maior respeito pelos direitos.

Ciência e Cultura - O que seria uma justiça mercantilizada?

Carlos Alberto Estevão – É aquela que joga a favor da lógica dos mercados, ou seja, que entra no cálculo custo-benefício, para que os mercados funcionem bem, ainda que transformem os cidadãos em meros consumidores e clientes, tornando-os de certo modo mais “vendáveis”.

Ciência e Cultura - A população tem tido uma postura passiva diante da justiça como também da educação. Como o senhor enxerga isso?

Carlos Alberto Estevão – A passividade é um cancro de muitas sociedades, reféns, muitas vezes, de práticas repressivas de que foram vítimas ao longo da sua história. Há, por isso, que inverter essa tendência, com metodologias mais ativas e críticas e com o compromisso militante com a resolução dos problemas da comunidade local  e da sociedade mais ampla. Há que investir, ainda, numa outra forma de educar, que faça da cidadania uma cidadania guerreira entendida como uma forma de luta contra a fatalidade e os lugares marcados dos outros.

“É o fundamentalismo de mercado que se destaca hoje, com seus profetas, crenças, lugares sagrados e povos de eleição. Ou seja, nesse sistema não são todos os países que importam, mas apenas aqueles escolhidos”


Ciência e Cultura
- Qual o melhor modo de tornar a escola eficaz?

Carlos Alberto Estevão – Na lógica industrial, a eficácia resulta do selecionar, pela via meritocrática, os melhores, pois estes irão, por sua vez, contribuir para que a sociedade se torne, diz-se, mais produtiva e próspera, beneficiando todos os outros. Na lógica cívica, uma escola é eficaz se conseguir que o maior número possível de estudantes atinja os objetivos da educação, que não se restringem aos da mera instrução, mas têm a ver também com o desenvolvimento integral da pessoa, com a socialização, com a consciência cidadã, com a solidariedade e a responsabilidade.

*Estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

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