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Atualizado em 19 DE fevereiro DE 2012 ás 10:52

Jeane Oliveira

Professora titular da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e uma das coordenadoras do Grupo de Estudos sobre Saúde da Mulher (GEM) fala a respeito da situação da Rede de Saúde baiana no atendimento aos usuários de drogas. A pesquisadora destaca ainda a importância da integralidade de serviços e melhoria da formação dos profissionais para a adequação do atendimento, além da prática da Redução de Danos. Também é abordada a questão dos usuários dependentes e o trabalho realizado pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad)

POR MARÍLIA CAIRO*
mariliacairo@gmail.com

Ciência e Cultura – Qual o trabalho realizado pelo Cetad?

Jeane Oliveira - Vem desde o final dos anos 80, e é uma iniciativa do professor Antônio Nery Filho, coordenador geral do Cetad. E foi através justamente do centro que tiveram início às atividades de Redução de Danos em Salvador e na Bahia, num momento em que a Redução de Danos estava muito mais atrelada às questões das drogas injetáveis. Então, no final da década de 1980, quando se teve um aumento do número de pessoas contaminadas pelo vírus HIV através do uso de drogas injetáveis, se iniciaram as atividades de Redução de Danos. A Redução de Danos não é uma estratégia nacional, mas uma estratégia internacional que começou principalmente na Holanda e veio disseminando (divulgando) também a questão da disseminação do HIV nas populações em geral e não populações usuárias de drogas injetáveis.

Ciência e Cultura – Em que consiste a ação de Redução de Danos?

Jeane Oliveira - Na Redução de Danos, tentamos diminuir o impacto do uso das drogas (ilícitas ou não). Se o paciente diz que não consegue deixar de usar determinada droga, nós analisamos formas de diminuir o seu uso, por exemplo.

Ciência e Cultura – Qual a situação atual da Rede SUS no que se refere ao atendimento de usuários de drogas na cidade de Salvador e como você é vista a formação dos profissionais de saúde?

Jeane Oliveira – Não posso falar da formação de uma foram geral. Eu posso falar um pouco da formação de enfermagem, de técnicos de enfermagem, porque tenho pesquisas que foram feitas ou estão sendo desenvolvidas e que a gente pode lhe dar alguma informação. De modo geral, os dados das pesquisas nos levam a afirmar que a formação do profissional é deficitária em relação à problemática das drogas. Embora esta questão das drogas seja um problema de saúde pública de ordem mundial, ainda se tem muito enfrentamento por parte da formação dos profissionais no atendimento à pessoa usuária de drogas.

Ciência e Cultura – Que tipo de enfrentamentos?

Jeane Oliveira - Pode-se dizer que são enfrentamentos desde relacionados à rede de serviços, à rede de saúde, que é precária, isto por que os serviços são considerados, por exemplo, quando você traz esta pesquisa, que culminou na minha tese (Práticas e Representações Sociais de Profissionais de Saúde Acerca do Consumo de Drogas por Mulheres: um olhar numa perspectiva de gênero), eu trabalhei com profissionais de uma Unidade Básica de Saúde, profissionais que estavam inseridos em uma comunidade considerada de alto risco pelo consumo e tráfico de drogas.

E o que esses profissionais dizem em relação à pessoa usuária de drogas? Eles dizem que apesar de terem uma imagem da pessoa usuária de drogas, uma imagem que coaduna com as pessoas que eles atendem no dia a dia, dentro daquela comunidade, eles dizem que não atendem nenhuma pessoa usuária de drogas. Então existe uma invisibilidade por parte dos profissionais da rede básica. Quem é a pessoa usuária de drogas para você?Ah, é um negro, jovem, baixa escolaridade, desempregado, geralmente do sexo masculino. E quando são mulheres? Quando são mulheres são agressivas, por que elas se protegem de uma forma subjetiva num companheiro, que muitas vezes é um traficante e vivem sobre ameaças, elas usam pouca roupa, elas também são jovens… Elas mostram o corpo, etc. E você atende pessoas usuárias de drogas? Não. Quais são as características da pessoa que você atende? Aí as características são similares à destas pessoas que eles descrevem como usuária de drogas. Mas dizem: Usuários de drogas aqui? Não. Usuário de drogas só do portão para fora.

Ciência e Cultura – Qual metodologia foi utilizada para se chegar a estes dados?

Jeane Oliveira - Eu fiz uma observação participante no serviço acompanhando os profissionais do serviço como um todo durante um ano. Fiz entrevistas semiestruturados com os profissionais, acompanhei os agentes comunitários de saúde nas visitas e atividades que eram realizadas e apliquei um teste de associação livre de palavras, porque eu trabalhei com as representações sociais, qual eram as representações e as ideias que eles tinham mais latentes sobre as drogas, sobre a pessoa usuária de drogas e sobre a assistência à pessoa usuária de drogas. E os dados, a organização dos dados, a análise dos dados (E os dados) levaram a estes resultados que eu estou apresentando para você, que existe uma invisibilidade, por que estes profissionais acreditam ou representam que a questão da droga é uma questão de serviços especializados e de profissionais especializados. E isso também por quê? Por que a representação que estes profissionais tem da droga é da dependência.

A dependência já é um processo de doença. E quando a gente fala da questão da droga a gente não está se remetendo apenas à situação de dependência. A dependência já é uma situação complicada, mas a gente parte do princípio de que eu, você, todos nós, somos usuários de drogas, considerando droga de uma foram abrangente, e não apenas as substâncias ilícitas. Nós usamos medicamentos, refrigerantes, usamos chocolates, as pessoas usam café, no dia a dia, bebem… ah…bebem como? Bebem socialmente. Mas a bebida é uma droga. Algumas pessoas fumam, outras usam maconhas eventualmentemas estas são pessoas usuárias de drogas. Agora existem algumas pessoas dentro da nossa comunidade que fazem o uso abusivo, ou o uso problemático da droga, o que é caracterizado muitas vezes como uma situação de dependência. Isso sim precisa de um serviço especializado e de profissionais especializados. Então, quando estamos falando de usuários de drogas, estamos considerando os padrões diversificados de uso das substâncias psicoativas.

Ciência e Cultura – Como você vê o fato do atendimento a usuários dependentes de substâncias psicoativas ser realizado a partir do tratamento dos sintomas através de uma abordagem exclusivamente medicamentosa?

Jeane Oliveira - Se você está falando de doença, então você está falando de dependência. Então, a dependência é uma patologia e precisa de tratamentos específicos, que não é apenas medicamentoso. A dependência, para ser tratada, precisa de uma equipe multidisciplinar e profissional. Então, onde isso é oferecido hoje, estas equipes multiprofissionais? Nos Caps, que são os Centros de Atenção Psicossocial. Os Caps fazem parte da política de atenção integral às pessoas usuárias de álcool e outras drogas, que foi implantado pelo Ministério da Saúde desde 2002. Os CAPS atendem ao novo modelo da saúde mental, sendo que hoje são pouquíssimos os casos de internamento. Então os CAPS tem uma assistência que é mais direcionada tanto para a psicologia quanto para o profissional médico (a Medicina), para a Enfermagem, o Serviço Social. Os Caps tem uma equipe de multiprofissionais que lidam e oferecem uma diversidade de atividades ao paciente e que trabalham não apenas com a questão de tratar com medicamentos, mas tratar também com atividades de Redução de Danos e outras ações que possam identificar os motivos, quais as lacunas que levam as pessoas a consumir de forma abusiva as drogas.

Ciência e Cultura – Os alunos da graduação e pós graduação da Escola de Enfermagem de alguma forma participam ou apoiam o trabalho dos Caps?

Jeane Oliveira - A pós graduação é uma faixa pequenininha. Na graduação, a gente tem uma entrada de cem alunos por ano. Na pós graduação, se formos considerar os alunos que trabalham especificamente na área de saúde da mulher, nós temos um total de no máximo vinte alunos por ano, então são coisas diferenciadas. Na graduação a gente tem disciplinas e temos atividades, como a professora Adriana Valéria, que hoje é coordenadora do Colegiado de Graduação, mas atua na disciplina Saúde Mental e está também com um PET Saúde Mental, onde desenvolve atividades junto aos Caps. O grupo tem doze alunos específicos de vários cursos – Medicina, Enfermagem, Psicologia – e desenvolve ações junto aos Caps, direcionadas um pouco para estas questões das drogas. E no curso, como um todo, da graduação, nós temos visitas, atividades práticas junto aos Caps.

Ciência e Cultura – Em que consiste as atividades realizadas a partir de parcerias entre a Escola de Enfermagem e os Caps? Há prestação de serviço para a comunidade carente? Poderia citar a última ação realizada?

Jeane Oliveira - Como as ações no Caps não são exatamente fechadas, estas atividades que vão sendo desenvolvidas vão variando a depender das necessidades, das demandas do centro, então pode ser desde se juntar com o pessoal do Caps para fazer uma feira de saúde para a comunidade – eles tem feito isso – ou desenvolver juntamente com os profissionais do Caps algumas oficinas ou palestras direcionadas para a comunidade. Então estas ações são feitas, isso vai depender da demanda, das ações que o Caps tenha naquele momento. Em cada semestre nós podemos fazer ações diferenciadas.

Eu não atuo diretamente nesta disciplina, mas eu posso lhe dizer que nós fazemos o que não é (apesar de não ser) uma relação direta com os CAPS, seminários interdisciplinares sobre drogas. No dia 9 de Novembro (de 2011) nós fizemos o segundo Seminário Interdisciplinar sobre Drogas, e tivemos uma abordagem extremamente ampla que foi direcionado para os alunos do PET, para os alunos da graduação e da pós graduação da Escola de Enfermagem da Ufba e de várias outras Escolas. Então, foi um dia todo de discussão. Nós tivemos a presença do professor Antônio Nery falando também da questão: “Droga, quanto mais se fala, mas se falha”, tivemos apresentações de pesquisas que estão sendo desenvolvidas com essa temática e discussões em questões éticas sobre a pesquisa com pessoas usuárias de drogas.

Ciência e Cultura – Como você considera que os profissionais de saúde deveriam lidar com os usuários de drogas e como estes devem proceder no que se refere ao diagnóstico e tratamento?

Jeane Oliveira - Não temos a ideia de dependência quando usamos a palavra usuário de drogas. Nós temos a ideia de que as pessoas de um modo geral consomem algum tipo de droga. Então, essa é a situação. A situação de dependência é uma patologia e precisa de trabalhos específicos. A gente trabalha com o consumo de forma geral. A pessoa experimentou uma maconha, então socialmente ele é considerado já um dependente, um viciado, um marginal… então a gente trabalha com essas ideias, com essas representações sociais que muitas vezes estigmatizam e levam o preconceito das pessoas à uma exclusão social. E mais especificamente eu posso lhe dizer que nós desenvolvemos pesquisas com mulheres. Estudos vem mostrando que as mulheres estão envolvidas de formas diferenciadas com a questão do consumo, da produção e do comércio de substâncias psicoativas.

Mas os papéis que estão socialmente estabelecidos para as mulheres tornam esta questão invisível, ou seja, não se vê ainda por que não se admite socialmente que as mulheres sejam usuárias de drogas, melhor dizendo usuárias dependentes, consumidoras abusivas de drogas, que as mulheres sejam traficantes de drogas. E a gente está agora terminando uma pesquisa em um presídio feminino que tem mostrado que 53% das mulheres que estão aprisionadas foi justamente pelo artigo 33 do Código Penal, que faz referência ao tráfico de drogas. A pesquisa foi desenvolvida em dois presídios. Aqui em Salvador e outra em um município do estado da Bahia que a gente vai começar agora. Por questões éticas, não podemos revelar. A pesquisa ainda não foi concluída.

Ciência e Cultura – Quais foram os principais dados levantados na pesquisa até agora?

Jeane Oliveira – A gente tem visto que são mulheres jovens, de 18 a 35 anos de idade. Não podemos dizer que a maioria é de raça negra, se considerarmos que todos nós aqui dentro do estado da Bahia, a maioria são de afro descendentes. Então lógico que as pardas, pretas, estão em maior número das que estão aprisionadas. Está constatado ainda um baixo nível de escolaridade. A gente tem no máximo mulheres que estão concluindo o 2º grau, então isso repercute em maior taxa de desemprego entre essas mulheres, ou então subempregos. E aí você tem uma relação muito próxima do envolvimento das drogas atrelado aos companheiros. Miriam (pesquisadora do GEM) fez um perfil de um modo geral das mulheres presidiárias e o nosso olhar é muito mais voltado para a questão do envolvimento com as drogas.

Ciência e Cultura – Nessa pesquisa realizada nos presídios de Salvador se considera também a mulher usuária de drogas não só como a dependente?

Jeane Oliveira – Sim, a gente considera isso. Usuários de drogas são a princípio todas as pessoas. Em relação especificamente às mulheres, a gente considera que nós mulheres estamos envolvidas com as drogas. E esse envolvimento pode se dar de formas diferenciadas. Até agora, a pesquisa da minha tese tem mostrado que dois tipos de envolvimento que a gente não pode fechar especificamente neste pela complexidade da minha tese, mas muitos profissionais apontaram que as mulheres estão envolvidas de uma forma direta ou indireta, e classificam o que é um envolvimento direto. No envolvimento direto a mulher é usuária de alguma substância psicoativa, principalmente as substâncias ilícitas e além disso ela é parceira de uma pessoa que é usuária e um traficante de drogas. Outro tipo de envolvimento é o indireto, e a gente considera que este envolvimento tem grandes repercussões também para a saúde das mulheres e são essas mulheres que estão envolvidas indiretamente que são a maior demanda dos serviços de saúde.

No envolvimento indireto, a mulher é mãe, companheira, amiga , irmã, vizinha, namorada de uma pessoa que é usuária e/ou traficante de alguma substância psicoativa ilícita. Com isso, ela termina tendo várias repercussões para a saúde, por que às vezes ela tem que largar o emprego, ela sofre pressões por que tem que ir tirar o filho ou marido que está aprisionado, ela muitas vezes serve de mula, ela muitas vezes tem que vender tudo o que tem e sair do espaço, então ela tem repercussões por causa desse envolvimento. Então não é ela que faz o uso da substância ilícita, mas convive com alguém que pratica uma conduta que não é socialmente aceitável.

Ciência e Cultura – Na sua tese, chega-se à conclusão de que os estereótipos e preconceitos dos profissionais de saúde interferem no atendimento aos usuários de drogas. De que foram isto ocorre?

Jeane Oliveira – No ambiente de atendimento, estes profissionais não estão livres dos estereótipos e preconceitos que rodeiam a nossa sociedade. Nós somos produtos do meio. A formação acadêmica por si só não dá para excluir os preconceitos que a gente já traz arraigados. A formação pode até amenizar, mas a sociedade como um todo está aí preconizando, incrementando, reproduzindo os estereótipos e preconceitos.

Ciência e Cultura – Além do tratamento, estes preconceitos dificultam a própria identificação da pessoa usuária de drogas por parte dos profissionais de saúde?

Jeane Oliveira – Exato, por que o modelo de atenção que nós temos implantado na sociedade brasileira de um modo geral é um modelo de atenção curativista, que trata doenças. Então quando você chega ao serviço de saúde normalmente, qual é a demanda…Qual é a sua queixa? Está sentindo o quê? Então, se trata do modelo. E aí eu não estou culpabilizando os profissionais, mas o modelo. Esse profissional é formado de acordo com um modelo de atenção. O modelo é médico-hospitalocêntrico. Então é aquele que dá remédios, dá medicamentos. Se você vai a um profissional (de saúde) você já fica imaginado: o que é que eu vou dizer a ele, o que eu tenho? Dor de cabeça, dor de barriga, febre. E, normalmente, os profissionais tratam as queixas, tratam os sintomas, e, estes sintomas caracterizam alguma doença. Então, nós somos formados para tratar doenças, e muitas vezes não se trata a pessoa. Isso é um modelo de atenção à saúde que está implantado.

Ciência e Cultura – Você propõe em seu projeto modelos mais adequados de atendimento a usuários de substâncias psicoativas?

Jeane Oliveira – Dentre as questões que nós identificamos na própria pesquisa, uma das propostas seria a integração da rede e dos profissionais de saúde, mesmo quando se trabalha a Rede de Saúde como um todo.

Ciência e Cultura – Estes dados se referem somente à rede pública de saúde?

Jeane Oliveira – Os dados apontam para a situação de uma forma geral. Muito embora eu tenha trabalhado com uma unidade de saúde, com profissionais de saúde. Então estes profissionais queixam-se da falta de integração entre os serviços. O que é que eu quero dizer com isso? Se você está em uma Unidade Básica de Saúde e precisa de uma unidade que tenha outro nível de atendimento, não existe integração entre estes serviços aqui. Isto é muito fragmentado. Mesmo dentro da própria unidade, numa equipe multiprofissional, cada um faz a sua parte. A enfermeira diz “isto não é comigo, procure a nutricionista”, a nutricionista diz, “isso não é comigo…” Então, há uma fragmentação entre as ações dos profissionais dentro de uma mesma unidade, e entre os serviços de um modo geral.Os próprios programas do Ministério da Saúde pensam nessa perspectiva de integração entre os serviços, mais isso é o que está na política, no programa, é o que está escrito. No dia a dia, no real, isso fica bem distante. O real parte de outra perspectiva, são coisas diferenciadas.  Então uma das soluções seria essa, integração entre serviços e profissionais e melhoria na formação. A formação precisa ser revista.

Ciência e Cultura – Uma abordagem mais humanística da questão das drogas abrangeria terapia e tratamentos alternativos, associados ao uso de medicamentos?

Jeane Oliveira – A integralidade e a humanização neste caso é algo extremante complexo que vai muito além de um serviço de saúde, por que isso passa por questões de Educação, da Justiça, da Economia, da Política, da moral, da religião. Então a questão da droga a meu ver hoje é um grito, que nós, pessoas humanas, estamos dando para todo o desequilíbrio social que está implantado e que muitas pessoas tem como forma de gritar, de reivindicar. E é aí que termina muitas vezes por recorrer às drogas como uma foram de sobrevivência. Então, como resolver a questão da droga? Muito complexo, não consigo responder.

Ciência e Cultura – Você considera que o ritmo acelerado de vida nas grandes cidades contribuiu para o aumento do uso de substâncias psicoativas?

Jeane Oliveira – Hoje o consumo de ansiolíticos, tranquilizantes, benzodiazepinos, está altíssimo. E quem são os maiores consumidores destes medicamentos? Nós, as mulheres. Pesquisas a nível mundial mostram que a população feminina consome estes tipos de medicamentos três vezes mais que os homens. Primeiro, por causa do estilo de vida. Nós resolvemos sair do espaço privado para ir para o espaço público, mas assumimos todas as coisas do espaço privado, a casa, a educação. Nós temos que entrar no mercado de trabalho disputando com os homens, então a jornada excessiva de trabalho é uma questão. As questões hormonais também interferem, e também temos outro fator, os padrões de beleza socialmente estabelecidos. Está determinado que as mulheres tem que ser magras e bonitas. Em outros momentos, elas tem que ser rechonchudas, com bunda e peito. Então esse jogo de padrões e modelos determinados interferem muito na nossa vida. Hoje usamos droga para dormir, droga para acordar, droga para tudo.

*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

Um comentário a Jeane Oliveira

  1. TADEU BAHIA disse:

    Bom Dia Senhores(as),

    Existe a possibilidade da Profa. e Mestra JEANE OLIVEIRA ministrar uma Palestra na MAÇONARIA, a respeito de drogas, uso, prevenção etc?
    Ficaríamos muito grato pelo seu gentil retorno.
    Atenciosamente,

    TADEU BAHIA:.

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