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Atualizado em 21 DE janeiro DE 2012 ás 21:59

Malu Fontes

Professora dos cursos de comunicação da Facom-Ufba e pesquisadora do Programa de Pos Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea fala sobre webjornalismo

POR CÁTIA ARAGÃO*
catiaaragao02@gmail.com

Ciência e Cultura – Qual o objetivo do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online?

Malu Fontes – O grupo é coordenado pelo professor Marcos Palacios do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da Ufba. O grupo tem por objetivo avaliar os desafios do jornalismo na era da convergência, um dos motivos que estimulou a sua criação. Nosso interesse é a atualização da produção textual, das inovações tecnológicas que chegam ao mundo hoje e que causam um impacto positivo ou negativo, além de estarmos atentos na forma de consumir o jornalismo online em diferentes suportes.

Ciência e Cultura – Quem participa do grupo?

Malu Fontes – O grupo tem um espaço aberto para quem queira participar. Temos estudantes de mestrados, doutorado e de graduação. Para participar é só ter alguma área de interesse relacionado ao jornalismo online e participar das nossas reuniões que acontece a cada quinze dias.

Ciência e Cultura – O jornalismo em suporte online e digital está crescendo cada vez mais. O que está provocando esse crescimento contínuo?

Malu Fontes – Estamos numa era onde a tecnologia toma conta da nossa vida, onde você pode ler através de um celular e de outros suportes que possibilitam que o consumo de informações jornalísticas estejam em um franco crescimento, vivemos numa revolução da publicação de acontecimentos jornalísticos para muito além dos meios convencionais que tínhamos há pouco tempo como o rádio e o jornal impresso. Temos as redes sociais que não vamos chamar de jornalismo mais o jornalismo está muito presente nelas.

Ciência e Cultura – Podemos dizer que a maioria dos jovens está deixando a TV e o Rádio como fontes de informações e optando pela internet?

Malu Fontes – No sentido de buscar a internet como todo, acredito que sim. O jovem busca a internet como fonte de conteúdo jornalístico porque ele não apenas encontra noticias, ele tem muito mais, como blogs, as redes sociais em que ele frequenta, cultura, entretenimento. Com um preço acessível para usar a internet, não só os jovens, mas muitas pessoas vão preferi-la. Acho também que não há essa troca da pessoa deixar de ver o jornal nacional para entrar no site do G1. É algo que acontece naturalmente. Ela está na frente do computador e acaba vendo algum link, ou noticia até pelas redes sociais e acaba buscando por tal notícia. As pessoas não deixaram totalmente os veículos antigos de informação, simplesmente agregaram outros como foi o caso da internet.

Ciência e Cultura – Há diferenças entre um texto jornalístico do jornal impresso para o do online?

Malu Fontes – Acho que sim. O jornalismo da internet ele tem uma fixação, que me incomoda muito, de mostrar o acontecimento como algo que está acontecendo agora, nesse exato momento, em tempo real. Isso acaba fazendo com que você tenha uma informação tão carregada de relevância que não são necessárias devido ao fato da internet estar sempre se “abastecendo” de informações. No jornal impresso isso é diferente, pois há uma escolha do que vai ser noticiado. Isto ocorre pelo próprio processo industrial que o jornal impresso passa, é tudo de um dia para outro, fica praticamente obrigatório a hierarquização das notícias.

Ciência e Cultura – A blogosfera vem crescendo na atualidade. Até que ponto um blog pode ser jornalismo?

Malu Fontes - Um blog pode sim ser jornalístico, mas ainda há uma questão dos blogs que é a credibilidade. Dificilmente temos blogs que são apontados por credibilidade, sucesso de público e que tenham surgido na blogosfera. Hoje eu tenho dificuldades em falar de blogs que tenham respeito. Contendo credibilidade, um blog pode ser considerado jornalístico.

Ciência e Cultura – Quais os critérios que devem ser usados para a publicação das noticias na internet?

Malu Fontes – Acho que são os mesmos: interesse público e não do público, relevância social, impacto social, profundidade, seriedade do tema e relevância política, social e econômica. O público hoje vem de uma baixa escolaridade, que se interessa por noticias de celebridades nas festas de “camisa”. Mas há diferentes públicos. No campo profissional consumimos informações na internet, por exemplo, de altíssima qualidade.

*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom

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