Por Joseanne Guedes*
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Desde a sua criação, em 2010, o curso de especialização em Jornalismo Científico e Tecnológico, realizado na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, (Facom-Ufba), tem importantes iniciativas para estimular a troca de saberes e práticas pedagógicas na área científica. Uma destas ações foi a realização do “Seminário Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável” no mesmo ano. O evento foi parte da programação da VII Semana de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pelo Governo do Estado da Bahia.
Durante o seminário, a FACOM recebeu jornalistas, pesquisadores e representantes de movimentos sociais, que discutiram ações e estratégias para educar, de maneira dialógica, sobre a perda da biodiversidade e favorecer a formação dos divulgadores científicos. “Seja por descaso ou por favorecimento de interesses corporativistas, o conceito de desenvolvimento sustentável é deturpado”, critica Simone Bortoliero, coordenadora do curso. Ela denuncia ainda falhas no processo comunicacional da universidade e destaca a importância da união entre cientista e o profissional da Comunicação.
Com ampla participação de ambientalistas, estudantes, professores e jornalistas, o seminário levantou problemas fundamentais de Salvador, como os resíduos sólidos, o desmatamento e a poluição do ar. Além da atuação das grandes empresas, que financiam pesquisas na área ambiental e, ao mesmo tempo, contribuem para o desequilíbrio.
A ex-editora de Meio Ambiente do Jornal A Tarde, a jornalista Maiza de Andrade, pontuou sobre a necessidade da cobertura responsável desses temas. Maiza comentou temas polêmicos, como a especulação imobiliária, as licenças para construir e as áreas de desmatamento, expondo a sensação de impotência dos divulgadores em algumas situações.
A presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico (ABJC), Cilene Victor, traçou o panorama histórico da divulgação científica e do tratamento de questões ambientais. A pesquisadora, que dirige a redação da Revista ComCiência Ambiental, ressaltou a indispensável fusão entre Jornalismo Científico e Jornalismo Ambiental, na construção de um modelo de Jornalismo preparado para lidar com o meio ambiente e suas demandas.
O seminário contou ainda com a jornalista paraense Joice Bispo Santos, responsável pela Comunicação do Museu Paraense Emílio Goeldi, que o destacou o papel da preservação ambiental, da observação da natureza, práticas do Projeto Biota Pará, da Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Em 2011, O Curso de Jornalismo Científico e Tecnológico lançou a Agência de Notícias em CT&I da Bahia. O objetivo da iniciativa pioneira no estado é priorizar a aliança entre educação e comunicação e dar visibilidade à produção científica baiana, bem como contribuir para a reflexão e questionamento sobre as relações do homem com a natureza.
*Estudande de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Ufba – Facom