“A ecologia deve olhar para o futuro”

POR LUCAS BRANDÃO*
lucasllcb@gmail.com

No segundo dia do Congresso UFBA 70 Anos, o Instituto de Biologia recebeu o Fórum de Meio Ambiente. O evento teve como objetivo proporcionar uma roda de conversa entre comunidade, representantes de diferentes atividades e movimentos sociais sobre a problemática ambiental na Bahia. Os participantes evidenciaram a importância de conversar com os diferentes povos para entender como não separar homem e natureza. Outro ponto enfatizado foi o problema do lixo eletrônico e a necessidade de trazer a discussão ambiental para mais próximo da universidade.

O jornalista e ambientalista Felipe Milanez trouxe para o debate a ‘ecologia política’, que propõe um estudo dos ecossistemas considerando sua relação com os povos ali inseridos. “A ecologia deve olhar para o futuro”, aponta. O professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) também comentou sobre os problemas atuais da Amazônia e ressaltou que sempre houve interferência humana na região.

Milanez destacou que o meio ambiente é fruto da relação entre as espécies de plantas e a intervenção humana. “A floresta é resultado dessa convivência”, explica.

No segundo dia do Congresso UFBA 70 Anos o Instituto de Biologia recebe Fórum de Meio Ambiente

Ao início da roda de conversa foi entregue aos participantes um questionário sobre a percepção ambiental na UFBA, visando desvendar o que a comunidade universitária pensa a respeito do meio ambiente.

Altino Bonfim, doutor em sociologia política, falou sobre a degradação ambiental na Bahia causada pelo agronegócio, mineração e indústria em geral. O professor da UFBA mostrou-se preocupado com a situação da água no estado, em especial da Baía de Todos os Santos, que já causa problemas de saúde na população.

Segundo Marize Carvalho, professora da Faculdade de Educação, é importante que haja debate sobre a questão ambiental dentro da universidade. “A questão homem-natureza é vital. É preciso que a UFBA, nos seus 70 anos, repense seu plano institucional”, reivindica. Também sugeriu a necessidade de organização e elaboração de um documento com propostas de ação ao final do fórum.

Marize propôs que a reestruturação curricular posta em debate considere o que a universidade não pode deixar de dar conta em relação ao meio ambiente. “Trabalhar a questão ambiental é uma perspectiva emancipatória”, afirma.

Ela demonstrou preocupação em como formar a juventude sobre esse tema, pois considera que no ensino básico não há debate do tema. “O que está acontecendo é um assalto. Roubam da juventude esse conhecimento”.

Estavam presentes aproximadamente 20 participantes, que foram convidados a contribuir com intervenções e propostas de ação para a dispersão de temas relacionados a ecologia na universidade. A atividade foi um desdobramento do Encontro de Meio Ambiente, ocorrido no dia 13 de maio.

*Graduando do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e colaborador da Agência de Notícias em CT & I – Ciência e Cultura