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Atualizado em 22 DE outubro DE 2016 ás 21:55

Agroindústria X Agricultura familiar: vantagens e desafios

Palestrantes apontam avanços das inovações tecnológicas nos modelos de produção no campo na 13ª SNCT. O evento contou com um ciclo de palestras nos dois primeiros dias e reuniu 30 palestrantes em oito painéis

LARISSA SILVA E MARINA ARAGÃO*

A agroindústria e a agricultura familiar foram temas de um dos painéis que integraram a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia “Ciência alimentando o Brasil”. A palestra reuniu o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Jerônimo Rodriguez, e empresários para debaterem a respeito das experiências positivas e dos desafios enfrentados no trabalho no campo no país.

Da esquerda para a direita: mediador, Mário Mendes, Jerônimo Rodriguez, Marco Lessa | Foto: Marina Aragão

Defendendo a importância de popularizar a ciência acadêmica e valorizar a ciência que acontece fora dos laboratórios e das universidades, o conhecimento tradicional, o secretário Rodriguez destacou a necessidade de unir o ambiente rural à tecnologia.

Para ele, a inovação tecnológica tem como principais funções: aliviar o serviço do trabalhador rural, tornando-o menos penoso, não agredir o meio ambiente e fazer uma distribuição justa e eficiente do produto. Entretanto, afirma que em pleno século XXI, ainda convivemos com tecnologias perversas. “Há uma disparidade entre a produção e o consumo: muito se produz, mas nem todo mundo é alimentado”, critica.

Destacou também a disparidade entre o agronegócio e a agricultura familiar. Segundo ele, este último modelo de produção para o próprio consumo tem a responsabilidade de alimentar o brasileiro. Diferente do modelo que se preocupa com a produção em larga escala para o lucro. “Valorizar a agricultura familiar significa cumprir nosso papel de cidadãos de fiscalizar a origem dos alimentos e repensar sua higienização”, defende.

O publicitário e empresário Marco Lessa evidenciou o cacau dentro da perspectiva das inovações tecnológicas de agricultura. Na tentativa de dar protagonismo a uma fruta que não possui o mesmo destaque de antes no Brasil, as novas tecnologias procuram garantir o desenvolvimento de um fruto de qualidade para a produção de um alimento muito querido pelos brasileiros, o chocolate. “O Brasil será o maior produtor de chocolate nos próximos anos”, pressupõe.

Cacau | Foto: Emile Conceição

Lessa também criticou a pouca disponibilidade de cacau para as produções alimentícias nacionais e o desconhecimento do consumidor brasileiro em relação à fruta. Ela apresenta um  valor cultural e ambiental, além de ser uma aliada para a saúde por suas propriedades nutricionais.

O diretor de uma fábrica de chocolate baiana, Mário Mendes, demonstrou o processo de produção do alimento, desde as técnicas de limpeza e classificação do cacau até a finalização. “Existem vários processamentos, mas eles e os ingredientes de fabricação do chocolate são simples”, explica.

Etapas do cacau no processo de fabricação do chocolate | Foto: Emile Conceição

Por fim, o secretário Jerônimo Rodriguez frisou o papel do meio acadêmico como instância de inovação tecnológica. “As universidades não podem ser só salas de aulas. Precisam ser espaços de desenvolvimento científico, pesquisa e extensão”, conclui.

*Estudantes de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e estagiárias da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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