Anticapitalismo ganha foco na Mesa “Anticapitalismo na Era Neoliberal”, realizado dentro do Fórum Mundial Social (FMS 2018), no Salão Nobre da Reitoria, na tarde de ontem, 14 . O evento abarcou a diretriz “democratização da economia” do fórum em sua programação
AMANDA DULTRA*
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Iniciada com a apresentação musical do Duo Sacramento, uma dupla musical composta pelo docente da Escola de Música da UFBA, Jorge Sacramento, e seu filho, Aquim Sacramento. O Duo fez uso principalmente do xilofone na mostra das três músicas, essas escolhidas em homenagem à diversidade da América Latina, desde a música contemporânea até mesmo o chorinho.
Em seguida a mesa foi composta por cinco estudiosos da América Latina: a professora da UFBA doutora em Filosofia e Ciência da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela, Maria Victória Espiñeira González; o doutor em Ciência Política e professor do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Emir Simão Sader; a doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Buenos Aires e docente da Universidade Nacional de San Martín, Luciana Ghiotto; o ex-secretário de Educação Superior, Ciência & Tecnologia e Inovação do Equador e Ph.D em Sociologia pela Universidade de Coimbra, René Alberto Ramírez Gallegos; e o economista da Comissão Nacional de Desenvolvimento Social do Peru e membro da direção do Fórum Solidaridad Perú, Rómulo Torres Seoane.
Anticapitalismo – A temática escolhida merece bastante atenção no clima político aquecido atual. O Anticapitalismo surge como resposta às práticas desumanas presentes no sistema econômico neoliberal de um Estado mínimo, como exploração do trabalhador. De acordo com esclarecimento de Sader: “No neoliberalismo, a prioridade é o ajuste fiscal. A ideia é que o problema central da economia e da sociedade é o Estado”.
Tendo em vista que os palestrantes possuem em comum o cenário sul-americano de industrialização tardia, uma imagem mais clara dos efeitos negativos desse tipo de sistema econômico pôde ser exposta, como comentou mais uma vez Sader: “[Governos de esquerda na América Latina] têm em comum a construção de uma alternativa para o neoliberalismo. Todos eles – alguns mais radicais, outros mais ponderados – têm três características em comum: primeiro, a prioridade das políticas sociais; o segundo elemento é, ao invés de tratar do livre comércio dos Estados Unidos, há processo de fortalecimento regional; e a terceira característica dos governos neoliberais é o resgate do papel ativo do Estado”.
*Estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA