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Atualizado em 17 DE março DE 2019 ás 11:33

COMDIS abre espaço para diálogo entre discentes

Apesar de ter como premissa o compartilhamento de saberes e a abertura ao diálogo, o Seminário de Discentes do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ainda conta com baixa participação da graduação. Evento ocorreu no auditório da Faculdade de Comunicação, nessa última semana

POR L. COSTA*
costa.larissa164@gmail.com

Organizado pelos alunos para os alunos, assim é o Seminário de Discentes do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (COMDIS). A terceira edição do seminário ocorreu entre os dias 11 e 15 de março, no auditório da Faculdade de Comunicação (Facom), e proporcionou um espaço de diálogo entre os pesquisadores das linhas de pesquisa da pós-graduação.

Além do debate acadêmico, a peculiaridade do evento é seu clima de acolhimento e cooperação. Por isso mesmo que entre os momentos mais marcantes do COMDIS, se deu com a abertura para diálogo e sugestões após as apresentações da mesa. Em clima de camaradagem, os mestrandos e doutorandos trocam conselhos, elogios e questionamentos sobre as pesquisas em andamento. Segundo a voluntária na Comissão de Produção do evento e doutoranda integrante do Grupo de Pesquisa A-Tevê, Hanna Nolasco, o acolhimento com os calouros é um dos objetivos principais do evento, assim como o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento. “Você tem um feedback dos colegas que estão aqui há muito tempo, que são de linhas e orientadores diferentes. [O momento das perguntas] Não é sobre receber uma pergunta e responder com toda a certeza, até porque todo mundo está com a pesquisa em andamento. É sobre dialogar formas de olhar diferente o exercício da sua pesquisa”.

Terceira edição do ComDis ocorreu no auditório da Faculdade de Comunicação/ Imagem: L. Costa

O evento se estruturou bem ao longo de sua duração, oferecendo dois dias de workshop pela manhã e mesas de exposição oral pelo período da tarde, concebidas em torno de eixos temáticos e compostas por apresentadores de diferentes centros de pesquisa da pós-graduação. Entre as que mais despertou a participação dos espectadores está a mesa Desafios Teóricos Metodológicos em Tempos de Fake News, composta por discentes dos grupos LAB404, Comunicação, Internet e Democracia (CID) e Jornalismo Digital (GJOL). As propostas de pesquisa estavam centradas em torno do debate epistêmico acerca das fake news e do fact checking, do conceito de fato e das dissensões acadêmicas em torno do termo-chave. O debate ainda é incipiente, não tanto pela novidade do tema e sim pelo surpreendente alcance que esse fenômeno adquiriu nos últimos tempos; as pesquisas apresentadas encontram na atualidade uma fonte profícua de material e também uma demanda por esclarecimento das dinâmicas em que as fake news atuam na contemporaneidade.

Imagem: L. Costa

Por estarem em andamento, os pesquisadores também puderam compartilhar as mudanças que ocorreram em sua pesquisa e suas dificuldades. Em diversos momentos os ouvintes se predispuseram a criticar escolhas bibliográficas, metodologias e aconselharam caminhos diversos. Para quem é novato no PósCom o seminário pode ajudar a sanar diversas dúvidas sobre as possibilidades da pesquisa. Porém, faz-se notar o baixo quórum participativo dos novatos no evento, apesar de membros da organização declararem que houve um aumento participativo.

Outros temas tratados foram: análises de novos fenômenos midiáticos, tais como os influenciadores; relações entre comunicação pública e mediação por aplicativos; análises de linguagem cinematográfica e análises das relações territoriais e midiáticas. São temas caros à atualidade e é uma pena que houvesse tão baixa presença dos alunos de graduação no auditório. Para Hanna Nolasco, um dos motivos possíveis poderia ser o horário de realização do evento, no período vespertino. Já para a voluntária na Comissão de Produção do seminário e doutoranda integrante do Grupo de Estudos de Comunicação, Políticas e Redes Digitais (CP-Redes), Daniela Silva, a separação pode advir de pretensa hierarquia entre a graduação e a pós-graduação. “As pessoas têm trajetórias para além do que estudam na faculdade. A ideia aqui é não só trocar conhecimento, mas também experiências, vivências, afetos. Precisamos desconstruir isso, trazer para o campo da seriedade. Não precisamos nos comportar como concorrentes”, comenta.

Desde a produção do seminário, a marca do trabalho colaborativo torna-se patente: o evento ocorreu com apoio do Laboratório de Fotografia (LabFoto) na cobertura fotográfica; da Editora Universitária (Edufba) para a impressão de banners e cartazes, as coordenações da Facom e do PósCom. O COMDIS é organizado pelo trabalho voluntário de discentes do programa. Como bem demonstrou a plenária do último dia, os que ali estavam presentes compartilharam abertamente opiniões e impressões quanto ao seminário e sugeriram melhorias.

Em clima de camaradagem os pesquisadores trocaram conselhos sobre as pesquisa/ Imagem: L. Costa

*Estudante do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

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