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Atualizado em 15 DE dezembro DE 2014 ás 16:44

Comunicação, Cultura e diversidade como modos de vida

A diversidade para o campo de estratégias de superação das desigualdades foi o tema da aula proferida pelo pesquisador José Marcio de Barros, em aula realizada na UFBA, na última sexta-feira (12).

NÁDIA CONCEIÇÃO*
nadconceicao@gmail.com

As políticas culturais pensadas a partir da diversidade cultural e como mecanismo de auto-reconhecimento e conhecimento do outro é uma das linhas de pensamento do professor doutor em Comunicação e Cultura, José Márcio de Barros, da Universidade Católica (PUC-Minas) e da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), que ministrou uma aula promovida pelo Grupo de Pesquisa: Circuitos culturais, memória e narrativas do pertencimento: território e identidade na contemporaneidade, no âmbito  do Ciclo de palestras Patrimônio, Memória e políticas públicas. O aula também foi  promovida pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade (PosCultura), da Universidade Federal da Bahia e aconteceu na última sexta-feira (12), sob a coordenação do professor doutor José Roberto Severino (Facom – UFBA).

De acordo com Barros, a cultura vem sendo compreendida a partir tensão entre a mudança e a permanência, contudo ele acredita que o que é preciso ser estudado e problematizado é como as manifestações, tidas como tradicionais, sobrevivem a esse novo quadro das sociedades contemporâneas. A partir daí que é possível compreender elementos importantes para os estudos em culturais: a diferença (realidade antropológica); diversidade (resultado das interações e trocas); e pluralidades (construção política da equidade).

Foto:Nádia Conceição

Barros, em seus estudos no Observatório da diversidade Cultural , trabalha ainda com a formação de gestores culturais, capacitando-os neste sentido à “pensar a diversidade cultural e que gestão cultural não é um termo singular, e sim cultural, já que não existem padrões universais de planejamento e gestão da cultura, precisa ter modelos de gestão cultural que são dadas pela singularidade”, complementa.

Com relação ao diálogo entre direito à cultura e a diversidade para o esclarecimento da sociedade, o professor acredita que “a produção do conhecimento é fundamental dentro de uma sociedade, especialmente para que essa sociedade construa um acervo crítico sobre si e sobre os outros. Barros ressalta porém, que esses conhecimento produzido no âmbito acadêmico não são suficientes para produzir as mudanças sociais. Eles são importantes, necessários, estratégicos, mas não suficientes para mudar o comportamento das pessoas”, afirma Barros. Ainda segundo ele, para que a interação entre esses elementos ocorram é necessário dois movimentos: “o de pluralizar os modelos de pesquisas, permitindo que além das pesquisas acadêmicas você também incentivem as pesquisas não acadêmicas comunitárias, esses modelos mais livres mais colaborativos de fazer pesquisa; e por, outro lado, sem assegurar o direito de acesso aos bens culturais e aos serviços culturais não adianta, pois a gente vai ter uma situação em que as pessoas não vão perceber a falta que a cultura faz na vida delas”, conclui.

Quando o assunto é a formação de profissionais de comunicação, Barros aponta a importância da realização de projetos com as faculdades de comunicação na intenção de incorporar a diversidade cultural como um campo de estudo importante nas grades curriculares. Entretanto, o professor destaca que essa é uma questão complexa: “O ensino da graduação tem diretrizes que são gerais e que regulam o ensino da comunicação e seus vários campos e elas exigem que os cursos dialoguem com seus contextos em geral, mas como cada universidade traduz isso, as relações com uma realidade imediata dependem de cada universidade. Tem universidades que são mais competentes nesse dialogo com a realidade local imediata”.

Para Barros, as experiência apresentadas contém singularidades, que o campo da legislação e da formação deverão cada vez mais levar em conta, incorporar a diversidade cultural. caso e ver o que a legislação obriga que é o dialogo com a diversidade cultural e o que o curso realmente faz. “Porém, a maioria dos cursos tem os cursos de antropologia, sociologia que ajuda essa visão, mas não garante, pois toda vez que a formação de comunicação é vista como um atendimento as demandas do mercado, como se a comunicação fosse um campo de preparação técnica para atuar no mercado aí a questão de diversidade é prejudicada”, finaliza.

Para conhecer mais sobre os estudos do professor e ter acessos aos artigos acadêmicos basta acessar a página do Observatório da diversidade Cultural.

*Jornalista, mestranda em Cultura e Sociedade pelo PosCultura Ufba e colaboradora da Agência de Notícias Ciência e Cultura

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