Mobilização contou com a participação de professores, servidores e estudantes, que querem que a revogação da decisão do governo federal de cortar 30% do orçamento das Instituições federais. O ato teve início na Faculdade de Educação e seguiu em passeata até a Reitoria da UFBA
POR THAINARA OLIVEIRA*
thzinara@gmail.com
O anúncio do bloqueio de 37, 342 milhões, correspondente a 30% do orçamento da Universidade Federal da Bahia (UFBA), divulgado pelo Ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub, uniu estudantes, professores e servidores no ato de protesto contra a decisão, que, de acordo com o reitor João Carlos Salles, inviabiliza o custeio de despesas e o funcionamento da universidade no segundo semestre deste ano.
Na manhã do dia 06/05 (segunda-feira), preocupados com a qualidade do ensino na universidade e com o futuro da Ciência brasileira, cerca de duas mil pessoas manifestaram repúdio à desvalorização do ensino superior e a crise no panorama da educação brasileira e cobrou a revogação da decisão, considerada equivocada.
Gritando bordoẽs, palavras de ordem e com cartazes, os manifestantes ocuparam as vias do Vale do Canela até chegar na Avenida Reitor Miguel Calmon. De acordo com eles, a luta a favor da universidade pública não envolve apenas estudantes, mas também trabalhadores – da UFBA ou não, por isso, o movimento ganhou apoio também de trabalhadores de estabelecimentos comerciais e alunos do Colégio Estadual Deputado Manoel Novaes, representantes de movimentos sociais e da classe política.
De acordo com a professora e coordenadora da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA, Simone Bortoliero, o momento é de sair em defesa da universidade, ou seja, “agora mais que nunca, é preciso mostrar o que a UFBA tem realizado nessas mais de sete décadas, mobilizar a sociedade”.
A Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA, juntamente com o Programa Conhecimento Livre e Divulgação Científica (C-Livre/Faced), está engajada em campanhas em prol da Ciência brasileira, desde 2017, com o objetivo de mobilizar a comunidade acadêmica e geral para o combate às diversas tentativas de descredibilização e desmantelamento do conhecimento científico no país pelos gestores públicos, iniciadas após posse do governo do presidente Michel Temer e que agora alcança sua pior fase.
Confira abaixo a nossa campanha de popularização da Ciência
Os organizadores do ato ressaltaram a importância da participação da comunidade acadêmica na luta pela universidade, lembrando da relevância e presença em todos os governos, e convidou os presentes para greve geral prevista para ocorrer no dia 15 de maio em todo país.
A agenda de mobilização permanece com a realização de assembleias de estudantes e de professores, onde serão discutidas as estratégias de resistência que serão adotadas por docentes e discentes até o dia 15. A greve também é uma possibilidade, segundo alguns representantes dos sindicatos representativos das classes da comunidade acadêmica.
Outra sugestão, é a organização de uma lista com apoiadores para participar da construção de pautas na mobilização estudantil, seja pessoalmente ou online, com montagem de um comitê com toda comunidade UFBA na realização das próximas atividades nos campus da UFBA, possibilitando uma rede de apoio e não esvaziando a universidade, se caso houver decisão de greve geral.
Nas redes sociais, a universidade resolveu seguir a postura adotada por outras federais com a página @balburdiaufba, mostrando a chamada “balbúrdia” que é realizado na UFBA, com posts de atividades desenvolvidas que contemplam várias áreas do conhecimento e dão visibilidade aos projetos.
*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA