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Atualizado em 17 DE janeiro DE 2012 ás 22:14

Dor crônica é tema de pesquisas no Ambulatório da Dor da Ufba

Objetivo do estudo é reduzir o número de crises de dor, diminuir sua intensidade, e promover melhorias na qualidade de vida do paciente

POR JORGE GAUTHIER
gauthier_jornalista@yahoo.com.br

Uma dor que persiste mesmo após três meses de sofrimento. Assim é classificada a dor crônica, sintoma considerado o segundo problema de saúde pública mundial e que levou pesquisadores do Ambulatório da Dor, unidade da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a estudar uma patologia que aflige e dificulta a vida de inúmeros pacientes, causando depressão e ansiedade.

“O objetivo é estudar a dor crônica. Nosso desfecho primário e secundário sempre envolve redução do número de crises de dor, da intensidade da dor, da melhoria da qualidade de vida, da recuperação da funcionalidade na restauração da vida psíquica, principalmente da melhora da ansiedade e da depressão que são expressões comuns no paciente com dor crônica”, explica o coordenador do ambulatório, o professor Dr. Durval Kraychete.

Com Doutorado em Medicina e Saúde pela Ufba e Mestrado em Cirurgia Vascular e nestesiologia pela Universidade Federal de São Paulo (USP), Kraychete destaca que, desde a criação do ambulatório em 1996, desenvolve pesquisas. Atualmente, o centro desenvolve três pesquisas com diferentes focos, mas sempre envolvendo pacientes com dor crônica.

“Na Nutrição estudamos o perfil nutricional e imune de pacientes com dor musculo-esquelética e a atuação de reposição de nutrientes como o Magnésio e o Omega-3 no alívio da dor”, explica o pesquisador, referindo-se à pesquisa desenvolvida junto à Escola de Nutrição da Ufba e supervisionada pela professora Dr.ª Rosângela Passos.

Já com o Programa de Pós-Graduação Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas da Ufba, sob a coordenação dos professores Roberto Paulo Correia de Araújo e Roberto Meyer, o ambulatório estuda os efeitos de anestésicos no combate à dor.

“Estudamos o papel da lidocaína por via intravenosa sobre o perfil imune, a dor crônica neuropática e miofascial e a qualidade de vida. O apertamento dentário e da dor miofascial e sua repercussão sobre o sistema imune e o papel da aplicação do Laser no alívio da dor orofacial de origem musculo-esquelética”, acrescenta Kraychete.

No terceiro ramo de pesquisa, são estudados os aspectos psicológicos que circundam os sintomas. “A psicologia vem desenvolvendo trabalhos sobre intervenção da terapia cognitiva comportamental sobre a dor crônica e a qualidade de vida, além de estudar os aspectos psíquicos e sociais da dor e sua repercussão na equipe multidisciplinar e no paciente”, emenda o pesquisador que é também diretor científico da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor e professor Adjunto da Ufba. No aspecto psicológico, o ambulatório conta com a Prof.ª Martha Castro do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Ufba.

Prevalência da dor crônica em Salvador é de 41%

De acordo com Kraychete, o ambulatório vem sendo campo de pesquisa para doutorandos do ISC e da Medicina Preventiva. “De resultados anteriores com estudos simples de corte transversal e de revisões de literatura saíram as teses de mestrado e doutorado de nosso corpo clínico atual, incluindo a minha própria”, destaca.

Cada pesquisador, ainda segundo Kraychete, desenvolve seu plano e cronograma de trabalho com estudantes ou alunos da pós-graduação. Há uma reunião para discussão de trabalhos semanalmente e mensalmente uma “reunião longa” para avaliação de fluxo e administração dos trabalhos.

Apesar dos 16 anos de fundação, o pesquisador ressalta ainda as dificuldades enfrentadas para se fazer pesquisas. “A principal dificuldade é falta de estrutura e corpo clínico. O processo é lento.

Observe que o Ambulatório foi fundado em 1996, somente agora começamos com pesquisa competitiva para literatura internacional. Várias as dificuldades, credibilidade, espaço físico, verbas para pesquisa, mão de obra, estudantes interessados, divulgação. Muitos estudantes e Residentes da Ufba não sabem da existência desse serviço e é um paradoxo”, avalia Kraychete.

“Agora passamos por um outro momento com a criação do Programa de Dor do departamento de anestesia e cirurgia e a disciplina de Dor e Cuidados Paliativos recentemente aprovada. Seremos uma das poucas escolas de Medicina do País com essa disciplina. Além disso, com Liga acadêmico passaremos para um outro patamar o de conscientização da importância do tema (será o segundo problema de saúde pública mundial e a prevalência em Salvador é de 41%) e educação continuada na área”, finaliza.

3 comentários para Dor crônica é tema de pesquisas no Ambulatório da Dor da Ufba

  1. Sandro disse:

    Está cada vez mais provado que uma abordagem interdisciplinar é o ideal no tratamento de dores crônicas.

    Estudos realizados por departamentos como este são muito importantes no desenvolvimento dos tratamentos para dores constantes.

  2. Sandro disse:

    Iniciativas que minimizem o sofrimento da população e agregue informação e ações concretas para todos são importantes no desenvolvimento da saúde pública do país.

  3. Idalice Simone de Jesus dos Santos disse:

    Como fazer para ter atendimento e fino do Hospital das Clínicas mesmo

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