Em atividade há 18 anos, projeto do IF Baiano assiste atualmente 160 alunos de cursos técnicos e superiores em 21 stands que contemplam temas como física, química, apicultura, inseminação artificial, petróleo, matemática, informática, laticínios, astronomia, meio ambiente e suinocultura
Por Josemary Nunes
Jacynunes25@gmail.com
Promover a educação científica do aluno e popularizar a ciência. Esses são os objetivos principais do Projeto Escola Itinerante, desenvolvido no Instituto Federal Baiano (IF Baiano), no campus de Catu, localizado a 78 km de Salvador.
Atuando há 18 anos, a Escola Itinerante foi iniciativa de dois professores da antiga Escola Agrotécnica de Catu, hoje IF Baiano, que sentiram a necessidade de transpor o saber científico para além dos muros da instituição. Ela consiste em uma feira de ciência, onde grupos de alunos montam stands de diversas áreas do conhecimento para serem apresentadas à comunidade, instituições e empresas.
De acordo com o atual Coordenador Geral do Projeto, Mestre em estudos das Linguagens e Doutorando em História Social, Marcelo Souza Oliveira, cada grupo é constituído por seis a oito alunos, que se organizam em uma área do conhecimento e solicitam ajuda de um professor para orientá-los nos estudos. “Chamamos esse projeto de Educação do Incentivo, pois são os próprios alunos que se organizam em grupos de estudos. Eles têm a iniciativa. Nós só potencializamos e incentivamos suas aptidões”, explica Oliveira.
Esse apoio é visível principalmente pelo número de alunos participantes. Atualmente são 160 alunos, dos cursos técnicos e de nível superior, e 21 stands que contemplam temas como física, química, apicultura, inseminação artificial, petróleo, matemática, informática, laticínios, astronomia, meio ambiente e suinocultura.
Ao longo de sua história, a Escola Itinerante esteve presente em diversas escolas, universidades e empresas. Contudo, o Professor Marcelo relata que há uma aproximação maior com a comunidade rural e que os alunos são preparados para transmitirem conhecimento sobre ciência para este público. “Eles são orientados a usar uma linguagem simples para que a comunidade entenda o que está sendo apresentado”, revela o coordenador.
Um dos stands mais visitados é o do curso de Química. A atração dos efeitos das reações químicas, segundo o professor, produz certo fascínio no público. Outro stand que tem muitos visitantes é o de Alimentação Alternativa. “O meu stand tem o objetivo de levar conhecimentos práticos sobre a utilização de cascas, sementes e talos vegetais na alimentação humana, conscientizando os cidadãos contra o desperdício e incentivado a preservar o meio ambiente”, diz a aluna Géssica Moreira.
O projeto também tem a função de difundir o Instituto, apresentando e oferecendo oportunidades para os jovens do interior que queiram ingressar no IF Baiano. “Ele mostra para esses jovens, que não tem muita perspectiva de dar continuidade aos estudos, que eles podem crescer. E os melhores alunos do instituto vêm justamente dessas regiões”, confirma Marcelo.
Um desses jovens é Daniel dos Anjos Silva de 19 anos, da zona rural da cidade de Inhambupe, na Bahia. Ele foi um dos monitores da Escola Itinerante. “O projeto expande as fronteiras do ensino médio. Ele me fez crescer intelectualmente através da produção científica, participando de fóruns e congressos tecnológicos”, relata Daniel que hoje é estudante de Física na Unicamp em São Paulo.
Financiado apenas pelo Instituto, o professor Marcelo afirma que o projeto tem encontrado dificuldades devido à burocracia governamental de liberação de verbas, e que tem encontrado apoio de algumas empresas privadas que doam materiais. “Há stands que carecem de muito material, como o de Alimentação Alternativa e muitas vezes os professores tiram do bolso. Tem projeto que tem material de baixo custo e está sendo possível utilizar material de anos anteriores, mas o ideal é que o projeto tenha uma estrutura de material e de consumo”, explica.
A Escola Itinerante já realizou este ano visitas nas cidades de Entre Rios, Ouriçangas, Morro do chapéu e Vera Cruz. Outras já estão agendadas, inclusive para Salvador em novembro, onde o projeto estará presente na Fenagro.
Além do Professor Marcelo, fazem parte da coordenação do projeto o Professor Mestre em Matemática Pura, Jacson Araújo e a Professora Doutora em Biotecnologia Industrial, Alexandra Carvalho. Outros 20 professores da instituição estão envolvidos no projeto na orientação dos grupos de alunos.
O projeto tem uma página na internet, onde atualiza a agenda das visitas e expõem seus resultados: www.escolaitineranteifbaiano.webnode.com.br
Esse é um projeto que faz qualquer educador que ame a profissão se deliciar em assistir de perto a utopia da educação rica e prazerosa se concretizar. A alegria dos meninos e meninas partícipes do grupo, a fluência e a segurança com que tratam o conhecimento sobre determinado assunto, enfim, é um conjunto de atitudes que merece os nossos mais sinceros parabéns e votos de que o projeto se expanda ainda mais. Principalmente depois de ter sido a atração da FENAGRO 2011.
ópa foi aluno do if de catu eta que saudades da escola itinerante bom de mais só tenho boas lembranças muito boa!