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Atualizado em 2 DE dezembro DE 2011 ás 17:57

Setor elétrico aposta em parcerias com universidades

Investimento em pesquisa e desenvolvimento deve garantir eficiência ao sistema e atende à legislação

Por Jorge Gauthier
gauthier_jornalista@yahoo.com.br

O setor de energia brasileiro vive à beira de um colapso. Nos últimos anos, apagões demonstraram falhas no fornecimento de energia, que acarretam transtorno para um grande número de pessoas. Pensando na manutenção do sistema, empresas do setor investem em pesquisas de inovação tecnológica e em programas de eficiência energética. A concessionária baiana, Coelba, que pertence ao grupo Neoenergia desde 1999, já investiu R$ 46 milhões no setor de inovação.

Contudo, não é apenas a sustentabilidade do sistema a principal preocupação. O Governo Federal, por meio da Lei nº 9991/2000, obriga as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,75% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico e, no mínimo, 0,25% em programas de eficiência energética.

Na Bahia, a determinação reflete num amplo número de projetos na área de inovação produzidos, em grande parte, em parceria com universidades. É o que explica o engenheiro José Antônio de Souza Brito, gestor da Unidade de Estudos Especiais de Planejamento da Coelba. “Ciclicamente solicitamos aos setores de pesquisa as nossas necessidades. Localizamos nas universidades grupos de pesquisa que tenham capacidade técnica de nos auxiliar no desenvolvimento dos projetos”, explica Brito, ele próprio formado engenheiro eletricista pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Durante a execução dos projetos, técnicos da Coelba participam dos estudos ao lado dos universitários – exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Já existem parcerias da concessionária de energia com os cursos de engenharia da Ufba, Universidade Salvador (Unifacs) e Área 1. Desde 1999 a empresa já desenvolveu 8 programas de pesquisa com um total de 92 projetos.

Avanço – Brito aponta o desenvolvimento de cruzetas de madeira – peças que ficam no alto dos postes de iluminação para fixar os fios – reflorestada com um dos mais importantes já desenvolvidos em parceria com centros universitários. “Desenvolvemos com o apoio do departamento de madeira da Ufba cruzetas feitas com eucalipto de reflorestamento. Foi um avanço importante, pois não deixamos de usar a peça, mas também conseguimos aplicar um material que é menos agressivo à natureza”.

Também na linha de produtos que conversem com a sustentabilidade na escolha de materiais outro projeto está em fase de estudos. A Coelba pretende segundo Brito, substituir o material que atualmente são produzidas as caixas medidoras de energia de policarbonato por fibras de sisal e coco. “São materiais que causam menos impacto ambiental. Esse projeto, por enquanto, é um piloto, mas deve entrar em operação em breve. Isso trará um impacto positivo”.

Soluções – Outros projetos em desenvolvimento prometem inovar a forma de atuação da concessionária na forma de resolver problemas antigos como as fraudes de energia, o famoso “gato”. “Estamos desenvolvendo um equipamento que funcionará como um escâner para identificar nas paredes das casas, sem precisar quebrá-las, se há desvios de energia embutidos. Isso resolverá um problema legal, visto que por determinação da Justiça não podemos quebrar as paredes para ver se há fraude”, destaca Brito.

Para resolver as questões que envolvem as emergências do sistema, postes em fibras de vidro foram desenvolvidos pela Coelba. Eles são usados quando há interrupções do fornecimento provocadas por danos nos postes de concreto. Por serem 15% menos pesados eles têm deslocamento e instalação mais rápidos. “Esses postes em fibra foram desenvolvidos para facilitar a dinâmica do setor, pois, pelo peso, os outros postes, às vezes, demoram mais para serem substituídos”.

Eficiência – No investimento em eficiência energética a Coelba tem como destaque o projeto Vale Luz Coelba, que troca resíduos sólidos recicláveis por descontos na conta de energia. A empresa recolhe para reciclagem metal, papel, papelão e plásticos. O material recolhido é encaminhado à Cama pet, cooperativa de coleta seletiva formada por jovens da comunidade de Novos Alagados em Salvador. Os valores pagos pelo quilograma de matéria prima são destacados no quadro abaixo.

Segundo a empresa, além de reduzir o valor da conta de luz, o projeto Vale Luz tem o objetivo de estimular o uso racional dos recursos naturais e minimizar os impactos negativos causados pelo lixo no meio ambiente, estimulando a reciclagem. A iniciativa faz parte do Energia para Crescer, programa de responsabilidade social da Coelba que, na área de ações pela comunidade, atua nos temas Educação, Meio Ambiente e Cultura.

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Um comentário a Setor elétrico aposta em parcerias com universidades

  1. pesquisador disse:

    Prezado Augusto Sampaio,

    Agradecemos a sugestão.

    As pesquisas desenvolvidas pelo senhor são vinculadas a qual instituição? Como podemos entrar em contato?

    Att,
    Agência Ciência e Cultura

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