Reitora fala sobre os desafios de levar o conhecimento produzido pela universidade ao grande público e reconhece que instituição ainda esbarra em limites na divulgação dos resultados de suas pesquisas
Por Mariana Alcântara e Wagner Ferreira
alcmariana@hotmail.com / wagner.ferreira@ufba.br
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) é a maior e mais influente instituição de ensino superior do estado. Importante produtora de conhecimento, a Ufba foi considerada, neste ano, como a 14ª melhor universidade da América Latina, de acordo com o ranking Webometrics, um sistema de classificação para as universidades do mundo idealizado pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), da Espanha.
De acordo com o CSIC, a Ufba ocupa a 10ª posição no ranking brasileiro e a 7ª dentre as universidades federais. Importante ressaltar que o impacto desta instituição no cenário regional passa por diversas atividades contempladas por meio dos cursos de graduação e pós-graduação, bem como as atividades de extensão.
Para falar sobre os desafios de levar o conhecimento produzido pela Ufba ao grande público, a Agência de Notícias Ciência e Cultura entrevistou a professora Dora Leal Rosa, que já completou o primeiro ano como reitora desta instituição. Durante a conversa com os jornalistas Mariana Alcântara e Wagner Ferreira, a reitora reconhece que a instituição, assim como todas as outras universidades, esbarra em limites na divulgação dos resultados de suas pesquisas.
De acordo com a reitora, esta lacuna ocorre porque a maior parte da divulgação feita pelos pesquisadores se restringe a publicações especializadas, intra-pares, onde o que é produzido será lido apenas por um grupo especializado de pessoas. Frente a estes contratempos da cultura científica dos pesquisadores, Dora Leal Rosa entende que a universidade deve estabelecer uma relação de parceria com os meios de comunicação a fim de levar os conceitos científicos e discussões controversas para o grande público.
Neste sentido, ela defende a ampliação na mídia dos espaços destinados ao Jornalismo Científico e vê na Agência Ciência e Cultura um importante instrumento de democratização do conhecimento. Na entrevista, a reitora afirma, ainda, que a educação científica deve assumir um importante papel na grade curricular, principalmente do ensino básico, o que para ela, como pesquisadora da área de Educação, constitui-se em um grande desafio a ser encarado e no qual a universidade deve atuar como principal ator na construção de novos paradigmas.
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“Acredito que boa parte da nossa população não conheça esses resultados [das pesquisas desenvolvidas pela Ufba], porque são publicados em revistas da nossa área, mas não são apropriados para os meios de comunicação”
“Carl Sagan falava da importância da divulgação cientifica para que tivéssemos a nossa educação científica. Para ele, o pleno exercício da cidadania só poderia existir se o cidadão compreendesse a sociedade contemporânea”