Crescimento da frota de veículos em Salvador, aliada à falta de reparo nos motores, aumenta poluição na cidade e o risco de doenças respiratórias como rinite e sinusite
Por Cristiana Nery
cjordaonery@gmail.com
Salvador, como a maioria das áreas urbanas do país, dispõe de um grande contingente de veículos automotores terrestres – cerca de 800 mil – que causam transtornos para o trânsito, prejudicam a qualidade do ar e a saúde da população. Além da poluição proveniente da combustão interna dos automotores, que possibilitam o seu funcionamento, o problema é maior quando os veículos não estão em boas condições de uso. Problemas como, motor sem regulagem adequada, e falta ou o desgaste dos filtros de combustíveis, são fatores que possibilitam a eliminação irregular de poluentes.
Caminhões e ônibus que utilizam diesel combustível prejudicam ainda mais o meio ambiente. Já nos automóveis movidos a gás natural, este problema aparece em menor proporção. “É importante que as pessoa se conscientizem que os motores de veículos desregulados só trazem prejuízo, pois além de gastar mais combustível, trazem danos mecânicos também, ao meio ambiente e à saúde”, comenta o engenheiro mecatrônico Leonardo Araújo.
Barulho estranho no motor, consumo elevado de combustível e fumaça preta são alguns dos sinais de que o motor dos veículos rodoviários está com condições de funcionamento comprometidas.
Fiscalização – A manutenção das peças e dos sistemas, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é de responsabilidade do proprietário do veículo. Em Salvador, a fiscalização é dever da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador). De acordo com o artigo 231 do CTB, a infração por estar “produzindo fumaça, gases ou partículas é considerada de natureza grave com multa de R$ 127,69,além da perda de cinco pontos na carteira de habilitação do condutor e retenção do veículo até que a situação seja resolvida”.
Segundo o assessor de imprensa da Transalvador, Pedro Tomé, “a Transalvador não está agindo, no momento, porque não sentiu nenhum impacto ambiental, pois a cidade é litorânea e o ar não fica carregado”.
No caso dos ônibus que fazem o transporte público de Salvador, cabe a Secretária de Transporte Púbico (STP) fiscalizar e punir os infratores. “A STP faz blitz de fiscalização regularmente, utilizando o opacímetro (sensor que mede a intensidade de partículas presentes nas fumaças) portátil de alta medição da fumaça”, comentou a assessoria de comunicação da STP. Caso sejam detectadas irregularidades, as empresas de ônibus devem ser multadas.
Além de ser obrigação dos proprietários evitar que os seus veículos sejam agentes ativos de excesso de poluição, é um dever destes como cidadãos, assim como o restante da população, cuidar do ar da cidade onde vivem.
Poluição veicular também afeta a saúde da população
A poluição do ar de Salvador provoca, entre muitos problemas, doenças respiratórias para a população. A Rinite, uma inflamação nas mucosas do nariz, é uma das doenças respiratórias mais diagnosticadas na cidade. Os portadores de Renite apresentam sintomas como: irritações no nariz, boca, garganta e olhos, além de dores de cabeça, espirros e formação de coriza, secreção nasal.
Existem vários tipos de Rinite, entre as mais frequentes, está a alérgica. Os pacientes que sofrem com a rinite alérgica têm o seu quadro agravado quando o ar da cidade está mais poluído, pois a poeira e o excesso de partículas poluidoras presentes no ar são fatores que irritam, ainda mais, as suas mucosas. “No inverno os sintomas são mais evidentes e o número de pessoas afetadas é maior, pois a umidade deixa o ar mais ‘carregado’”, explica a Otorrinolaringologista do hospital das Clínicas de Salvador, Clara Lima.
Para Caroline Santos, 19 anos, “o inverno é horrível, pois a minha rinite alérgica ataca bastante. Meu nariz, boca, ouvido e olhos coçam muito e eu ainda fico com coriza e dor de cabeça. De manhã cedo, quando o ar está mais frio é ainda pior”. Caroline sofre também com a sinusite e adenóide, ambas são agravadas com a poluição do ar. “Me sinto muito prejudicada pela poluição, pois tanto a rinite, quanto à sinusite e a adenóide atacam mais. Por causa da adenóide fico com o nariz mais entupido e com a sinusite a dor de cabeça aumenta, além de outros sintomas da rinite”, lamenta Caroline.
As vítimas da rinite tendem a confundir os seus sintomas com os de um resfriado e terminam não procurando o tratamento adequado, que é feito com o uso de remédios e deve-se passar pela orientação de um médico otorrinolaringologista. Além dos medicamentos os pacientes são orientandos para minimizarem o excesso de poluição e poeira nas suas residências e, até em seu automóvel.
“Tomo três remédios que foram passados pela minha ‘otorrina’, e ainda tenho que tomar outros cuidados. O meu quarto só pode ter cama e guarda-roupas, uso prateleiras e ursos erradamente. Tenho que trocar os lençóis e a fronha do travesseiro de dois em dois dias e passar pano umedecido com água diariamente”, conta Caroline.
Para a doutora Clara, “o ar de Salvador é ruim, principalmente no centro da cidade, nos lugares próximos ao mar a situação é melhor, mas mesmo assim não é considerado ideal para prevenir as doenças respiratórias”.
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até quando as pessoas vão continuar fingindo que não está acontecendo nada…….
os recursos naturais são infinitos, mas a saúde humana é finita.
Rayanne procura se informar direito, os recursos naturais são FINITOS!!