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Atualizado em 9 DE novembro DE 2018 ás 16:28

Dinâmicas do tempo e interferências na comunicação

O VIII encontro de grupos de pesquisa brasileiros em comunicação contou com a participação de membros históricos para abordar e debater a respeito dos processos comunicacionais

POR THAINARA OLIVEIRA*
thzinara@hotmail.com

Pesquisadores de fundações e universidades federais, apoiados pelo Centro de Pesquisa em Estudos Culturais e Transformações na Comunicação (Tracc), deram início na última quarta-feira, 7, ao VIII Historicidades dos Processos Comunicacionais – Encontro de Grupos de Pesquisa Brasileiros em Comunicação. A finalidade foi discutir os caminhos para reflexão e aplicação epistemológica no atual cenário brasileiro. O evento ocorre até sexta-feira, 9, no auditório da Faculdade de Comunicação/UFBA, em Ondina.

Pesquisadores discutiram praticas comunicacionais na contemporaneidade / Imagem: Jefferson Hora

A mesa “Implicações estético-políticas das temporalidades a partir de Williams e Ricoeur”, mediada pelo pesquisador Jorge Cardoso, trouxe reflexões a respeito das abordagens de Raymond Williams e Paul Ricoeur na maneira como pensam as questões da cultura e da comunicação, que permitem uma relação com fenômenos contemporâneos de forma a ultrapassar alguns limites, com problemáticas esquecidas acerca da comunicação. Discorrendo a respeito de premissas sofisticadas, incluindo principalmente a noção de estrutura de sentimento e apanhados pela tecnologia para repensar a respeito de engajamentos identitários.

Os pesquisadores também apresentaram alguns pontos marcantes, da edição anterior, ocorrida em Minas Gerais, do trabalho que está sendo produzido com base na visão de Williams e Ricoeur.

De acordo com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Leal, para aqueles que puderam ler o texto, é possível perceber que não falamos a palavra comunicação nenhuma vez, mídia e meios de comunicação nem teve. Fizemos um grande esforço de lidar com dois autores a partir de um conceito mais central e a comunicação irá surgir na próxima versão do texto”, contou.

Para ele, que produziu, juntamente com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro (Fiocruz/UFRJ), Igor Sacramento, o artigo “A noção de tradição em Williams e Ricoeur: diálogos possíveis”, afirma que existe em comum entre os dois [mídia e meios de comunicação] uma coisa fundamental: a ideia de tradição como algo em movimento que faz parte de um conflito, fugindo da concepção de uma realidade ou parte de uma história realizada.

Pesquisadores se reuniram durante três dias para pensar a comunicação nos dias atuais / Imagem: Jefferson Hora

Durante o debate aberto ao público, os presentes puderam realizar questionamentos a respeito da perspectiva da aplicabilidade do horizonte da desconstrução do afeto na política e cultura, sem um comportamento distante de sentidos da inovação e herança relacionadas a linguagem, podendo ser interpretado, reinterpretado e transmitido por uma rede de textos e daqueles que o promovem.

Também estiveram presentes na mesa os pesquisadores Itânia Gomes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Elton Antunes (UFMG), que apresentaram o artigo “Raymond Williams por ele mesmo: gestos epistemológicos e acenos políticos para (re)pensar a comunicação” e Ana Regina Rêgo, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e Ana Paula Goulart Ribeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), que apresentaram o artigo “As aporias da temporalidade, tradição e memória em Ricoeur (título provisório)”.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter na Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

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