O VIII encontro de grupos de pesquisa brasileiros em comunicação contou com a participação de membros históricos para abordar e debater a respeito dos processos comunicacionais
POR THAINARA OLIVEIRA*
thzinara@hotmail.com
Pesquisadores de fundações e universidades federais, apoiados pelo Centro de Pesquisa em Estudos Culturais e Transformações na Comunicação (Tracc), deram início na última quarta-feira, 7, ao VIII Historicidades dos Processos Comunicacionais – Encontro de Grupos de Pesquisa Brasileiros em Comunicação. A finalidade foi discutir os caminhos para reflexão e aplicação epistemológica no atual cenário brasileiro. O evento ocorre até sexta-feira, 9, no auditório da Faculdade de Comunicação/UFBA, em Ondina.
A mesa “Implicações estético-políticas das temporalidades a partir de Williams e Ricoeur”, mediada pelo pesquisador Jorge Cardoso, trouxe reflexões a respeito das abordagens de Raymond Williams e Paul Ricoeur na maneira como pensam as questões da cultura e da comunicação, que permitem uma relação com fenômenos contemporâneos de forma a ultrapassar alguns limites, com problemáticas esquecidas acerca da comunicação. Discorrendo a respeito de premissas sofisticadas, incluindo principalmente a noção de estrutura de sentimento e apanhados pela tecnologia para repensar a respeito de engajamentos identitários.
Os pesquisadores também apresentaram alguns pontos marcantes, da edição anterior, ocorrida em Minas Gerais, do trabalho que está sendo produzido com base na visão de Williams e Ricoeur.
De acordo com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Leal, para aqueles que puderam ler o texto, é possível perceber que não falamos a palavra comunicação nenhuma vez, mídia e meios de comunicação nem teve. Fizemos um grande esforço de lidar com dois autores a partir de um conceito mais central e a comunicação irá surgir na próxima versão do texto”, contou.
Para ele, que produziu, juntamente com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro (Fiocruz/UFRJ), Igor Sacramento, o artigo “A noção de tradição em Williams e Ricoeur: diálogos possíveis”, afirma que existe em comum entre os dois [mídia e meios de comunicação] uma coisa fundamental: a ideia de tradição como algo em movimento que faz parte de um conflito, fugindo da concepção de uma realidade ou parte de uma história realizada.
Durante o debate aberto ao público, os presentes puderam realizar questionamentos a respeito da perspectiva da aplicabilidade do horizonte da desconstrução do afeto na política e cultura, sem um comportamento distante de sentidos da inovação e herança relacionadas a linguagem, podendo ser interpretado, reinterpretado e transmitido por uma rede de textos e daqueles que o promovem.
Também estiveram presentes na mesa os pesquisadores Itânia Gomes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Elton Antunes (UFMG), que apresentaram o artigo “Raymond Williams por ele mesmo: gestos epistemológicos e acenos políticos para (re)pensar a comunicação” e Ana Regina Rêgo, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e Ana Paula Goulart Ribeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), que apresentaram o artigo “As aporias da temporalidade, tradição e memória em Ricoeur (título provisório)”.
*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter na Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA