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Atualizado em 10 DE março DE 2017 ás 20:27

Vivências de funcionárias na UFBA é tema de debate

No último dia de homenagens às mulheres na Faced, as funcionárias Kate e Iracema Noel foram convidadas a compor a mesa de debates sobre mulheres negras e o trabalho terceirizado na universidade

POR REBECA ALMEIDA*
rasrebeca@gmail.com

A semana começou com muita homenagens às mulheres na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced – UFBA) com a realização da II Semana das Mulheres. Nesta quinta-feira, 9, foi realizada a mesa Mulheres negras, precarização e terceirização.

A discussão, mediada pela professora Rilmar Lopes,da Faced, tratou do trabalho das funcionárias terceirizadas da UFBA em uma roda de conversa, trazendo trocas de experiências. Contribuíram para o debate Gabriela Barcelar, do Núcleo de estudantes pretas e pretos da UFBA (NosKá), as funcionárias da Faced Kate e Iracema Noel.

Foto Rebeca Almeida

Kate e Iracema narraram histórias de resistência como trabalhadoras mulheres e negras na Faculdade de Educação da UFBA. Iracema disse gostar de trabalhar na Faced, tendo apenas algumas críticas pontuais: a “falta de educação de alguns estudantes”. Apesar disso, “o sorriso delas [das funcionárias] não é de felicidade, mas de força”, ressaltou Lopes.

Gabriela Barcelar questionou se as frases escritas nos banheiros incomodava de alguma forma as funcionárias, mas Kate respondeu de forma bem humorada: “Se é uma frase, a gente deixa lá”.

“A função das terceirizadas é dar manutenção dos ambientes da universidade”, disse Lopes, mas, infelizmente, “existe uma desumanização baseada no trabalho exercido”. Um dos grandes problemas apontados foi sobre o direito às férias. As funcionárias que compunham a mesa alegaram que não tem problemas com a empresa gestora atual, mas da platéia uma funcionária chamada Vera trouxe seu depoimento como trabalhadora da UFBA há 21 anos: “As empresas mudam e uma nova contrata o mesmo pessoal, nisso perdemos o direito das férias”, contou.

A professora Marta Letícia da Faced, que também estava entre os ouvintes, se pronunciou ressaltando a importância da mesa: “Nosso exercício hoje foi de olhar por uma perspectiva diferente da que estamos acostumados”. Ela reforçou que, apesar de estudantes ou professores, é necessário perceber a UFBA também da perspectiva do funcionários. “Precisamos construir uma noção que nos unifique para além daquilo que nos divide, que nos separa”, finalizou.

Foto: Rebeca Almeida

O evento foi realizado pelo Programa de Incentivo as Bolsas de Iniciação à Docência de Pedagogia (PIBID) e o Laboratório de Estudos e Pesquisas Marxistas (LEMARX).

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura.

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