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Atualizado em 8 DE maio DE 2014 ás 17:56

Inclusão social e acessibilidade em debate

Inclusão social e acessibilidade estiveram entre os temas da mesa "Comunicação Científica empoderando cientistas e o público" realizada no último dia da conferência.

DEBORA REZENDE* ANALÚ RIBEIRO**
deboramrezende@gmail.com; analluribeiro@yahoo.com.br

Aconteceu na tarde desta quinta-feira, 08 de maio, último dia da 13ª Conferência de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, a sessão de Comunicação Oral “Comunicação Científica empoderando cientistas e o público“. Cada participante apresentou seu trabalho em dez minutos, seguido de uma sessão de discussões acerca do que foi apresentado.

Foram apresentadas várias experiências desenvolvidas no México, Reino Unido, Canadá e Brasil. Dentre os pesquisadores, estavam a professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Vera Lúcia de Souza e Lima de Minas Gerais, Kathryn O’Hara, da Carleton University e Antônio José Silva Oliveira, pesquisador da Universidade Federal do Maranhão.

Foto: Analú Ribeiro

Vera Lúcia apresentou seu trabalho desenvolvido com alunos do ensino médio deficientes auditivos. Para eles, a pesquisadora produziu um dicionário com terminologias em libras, a fim de fomentar o acesso à ciência para deficientes auditivos. A professora ressalta que esses alunos, na maioria das vezes, aprendem o idioma tardiamente e não conseguem assimilar o significado das palavras por completo, mesmo que esteja em português.

Este projeto teve início em 2008 e, em 2010 foi oferecido um curso de desenho arquitetônico para alunos deficientes auditivos da Escola Estadual Maurício Murgel, de Belo Horizonte, a fim de testar as linguagens de sinais que foram criadas pelo grupo de pesquisa.  “Muitos alunos saem do 2º grau e não entram no mercado de trabalho”, destaca Vera ao falar do propósito do projeto em inserir alunos no mercado de trabalho.

A apresentação de Kathryn O’Hara, com o tema “Evidência pela democracia, colocando a ciência pública dentro de um cenário político”, falou sobre a censura do governo canadense  à comunidade científica e as ações tomadas pelos cientistas para denunciar esse processo. Segundo a apresentação de O’Hara, baseada em suas pesquisas e no cenário canadense, noventa por cento dos cientistas federais não podem falar livremente. O que acontece é um policiamento sobre o que a comunidade pode falar. É uma espécie de polícia da comunicação que passa a aprovar ou não o que é dito pelos cientistas.

Kathryn O’Hara pesquisadora da Carleton University / Foto: Analú Ribeiro

O cenário de censura aos cientistas desencadeou o movimento “A morte da evidência”, uma maneira da a comunidade se manifestar contra censura, através do envio de cartas de insatisfação aos ministros, e o desenvolvimento de campanhas nas redes sociais e sites contra o processo de censura.

O pesquisador Antonio José Silva Oliveira concluiu a sessão falando sobre o projeto Ilha da Ciência, que é desenvolvido na Universidade Federal do Maranhão. O destaque do projeto é uma vã chamada Ciência Móvel, que percorre várias cidades do Maranhão, como tribos indígenas e comunidades quilombolas, com o intuito de promover o acesso à ciência a partir do ensino da física, matemática, química, biologia e astronomia.

Antônio José Silva Oliveira, pesquisador da UFMA / Foto: Analú Ribeiro

“No Maranhão temos um estado híbrido. Ele é bem desenvolvido culturalmente na área de letras, mas ainda insipiente nas áreas de ciência e tecnologia”, argumenta Oliveira, ao demonstrar como seu projeto tem aproximado a ciência da população, visto a criação de diferentes laboratórios para divulgação da ciência que tem ocorrido. O Ilha da Ciência já tem ‘filhos’. Já existem laboratórios em cidades como Caxias, Santa Inês e na Universidade Estadual do Maranhão”, defende Oliveira.

*Estudante de jornalismo e bolsista do Programa Arte, Cultura e Ciência Facom -Ufba.

** Estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias C,T&I – Ciência e Cultura – Ufba.

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