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Atualizado em 21 DE outubro DE 2016 ás 21:33

Economia colaborativa e novas perspectivas

Economia Colaborativa foi o tema do terceiro painel do ciclo de palestras que aconteceu no último dia 20, durante a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Salvador.

Emile Conceição* e Rebeca Almeida**
emile_conceicao@outlook.com / rasrebeca@gmail.com

Já pensou em viver numa sociedade onde tudo é compartilhado, desde a casa, o carro, a comida, as roupas? Onde todos tivessem os mesmos direitos sobre a coisas e a oportunidade de ajudar a aprimorá-las, para o bem da coletividade? Isso já está acontecendo! A visão capitalista, onde o que vale é o acúmulo excessivo de bens, a fim ganhar status está ficando defasada. Essa visão ampla e despretensiosa é chamada de Economia Colaborativa, e foi o tema do painel que fechou o terceiro dia do ciclo de palestras da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016), realizada em Salvador.

Vicente Aguiar, Rodrigo Paolilo e Hugo Sabá durante a paletra (Foto: Emile Conceição)iclo de Seminário Zika Vírus e Microcefalia

Vicente Aguiar, Rodrigo Paolilo e Hugo Sabá durante a paletra (Foto: Emile Conceição)

A Semana é uma realização do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Entre os participantes nesta roda de conversa estavam presentes o presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários, Rodrigo Paolilo, o sócio-fundador da Colivre, Vicente Aguiar e o gerente de Pós-Graduação e Coordenador da Agência UNEB de Inovação(NIT/UNEB), Hugo Sabá.

Com uma visão voltada para o âmbito empresarial, Paolilo explica que as empresas que não buscam a inovação estão fadadas a sumir e tal inovação é potencializada através da Economia Colaborativa. Falou ainda sobre sua experiência de trabalho em escolas e como tem buscado trabalhar de forma horizontal com as crianças. Ele acredita que  “mesmo sem saber, todas as pessoas acabam praticando economia participativa de alguma forma.”

Já Vicente Aguiar acredita que dialogar com os consumidores dos seus produtos, de uma forma colaborativa, pode ser algo inovador e, ao mesmo tempo, rentável. Isso, porque “eles entendem mais do meu produto do que eu mesmo”, disse. Essa forma de colaboração pode trazer ao produtor um olhar diferenciado, conhecendo assim os pontos fracos e fortes da sua produção, lhe permitindo aprimorá-la. Ele ainda mencionou várias produções colaborativas relacionadas à tecnologia, como o surgimento do GNU/Linux e do Software Livre, a criação da Wikipedia, do Open Street Map, do FIAT Mio e do Projeto Noosfero, todos desenvolvidos em parceria com comunidades de colaboração online.

Para Vicente, quanto mais o conhecimento é compartilhado, mais valor e inovação é agregado, como aconteceu nos projetos acima. O professor Hugo Sabá preferiu falar sobre a economia colaborativa sob a ótica do desperdício provocado pelo consumismo desenfreado. De acordo com ele, o desapego, a socialização, o livre acesso, o compartilhamento são os conceitos para serem adotados de agora para o futuro. “50% do que temos em casa, nós não usamos”, diz. Ele citou o caso de uma furadeira, que quem tem em casa usa, no máximo, umas 3 vezes ao ano.

A solução, segundo ele, poderia ser alugar a furadeira, ou ter uma furadeira para uso dos moradores de um prédio ou condomínio. Assim, supriria as necessidades, e diminuiria a quantidade de bens, e consequentemente de lixo no futuro. No que tange a universidade, ele enfatizou a produção do conhecimento como troca entre instituições, uso comum de equipamentos e um retorno para a sociedade. Citou como exemplo o Projeto Metarede, do qual participou, um programa de recuperação de lixo tecnológico que através da criação de centros de coleta, recupera máquinas usadas e descartadas como forma de possibilitar a inclusão digital.

“Às vezes um computador que não serve mais pra mim, por precisar de algo mais atualizado, pode ainda servir para outra pessoa, que talvez só queria acessar a internet e fazer alguns trabalhos da escola”, reflete. Em todos os discursos foi possível verificar que a intenção da Economia Colaborativa é unir pessoas para trabalharem de forma conjunta desenvolvendo, e pondo em prática, ações para o bem da coletividade. Resumindo, no final todos saem ganhando, não somente uma minoria.

* **Estudantes do curso de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Ufba, e repórteres da Agência de Notícias em Ciência, Tecnologia e Inovação.

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