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Atualizado em 19 DE julho DE 2016 ás 14:30

Economia Solidária auxilia doentes mentais

Usuários, tidos como inaptos, têm a oportunidade de dialogar: seja aprendendo a gerar um produto com qualidade técnica, aprendendo a se relacionar com o trabalho dado em grupo ou apreendendo o retorno e o reconhecimento do que fazem

POR JÚLIA TEIXEIRA BERNARDI*
juju.bernardi@windowslive.com

São dez horas da manhã e inúmeras as atividades que acontecem ao mesmo tempo no campus de Ondina da UFBA. E é em torno de dez pessoas que temos dentro da sala esperando a palestra de “Economia Solidária e Saúde Mental”, no sossego costumeiro das preguiçosas manhãs de sábado; mais um dentre tantos projetos.

Quem se apresenta são grupos que trabalham com a autogestão de empreendimentos como forma de socialização o aprendizado para as pessoas em sofrimento psíquico. São realizadas oficinas abertas ao público, direcionadas aos usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS). A ideia é que os usuários, tidos como inaptos, tenham a oportunidade de dialogar: seja aprendendo a gerar um produto com qualidade técnica, aprendendo a se relacionar com o trabalho dado em grupo ou apreendendo o retorno e o reconhecimento do que fazem.

Os vídeos e fotos das oficinas e dos produtos demonstram a iniciativa de uma forma sensível. É um momento que nos leva a sorrir definitivamente pelo trabalho. As Oficinas são ligadas a diferentes campos da arte, através da qual os usuários se sentem mais confortáveis para se expressar, o que se torna visível pela empolgação deles em fazer as próprias gravuras, doces, mosaicos… O projeto tem um poder de transformação tanto para os usuários do CAPS, quanto para a perspectiva que o mundo tem deles, que procura ser desestigmatizada.

Foi interessante notar que à medida que se ouvia os palestrantes, se tomava consciência da grande mobilização feita ali, uma empreitada que requer colaboradores de diversas competências. Mônica, Adriana, Talbert, Hans Peter e Ricardo, os agentes que fazem a iniciativa por meio de diversos campos: do cinema, das artes plásticas, das ciências sociais e da saúde, sem contar com o resto da estrutura. Sem dúvida é esse um espírito que existe no Congresso e que captei ao chegar na própria UFBA, que vai além do aprender e disseminar ideias.  Nos revela o quanto existe de dedicação e de entrega das pessoas a partir de diversas iniciativas, todas desenvolvidas simultaneamente. Uma atmosfera que sugere uma proximidade com as grandes coisas que acontecem, pois se descobre um leque de possibilidades com as quais podemos nos iniciar ou nos aprofundar. Que possamos nos encantar com esse privilégio de construir algo nas grandes e nas pequenas histórias.

*Estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e voluntária da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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