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Atualizado em 11 DE novembro DE 2012 ás 13:39

Eventos no Vale do São Francisco destacaram pesquisas que visam à conservação do bioma caatinga

I Simpósio de Cultura de Tecidos Vegetais do Vale do São Francisco e II Workshop de Plantas Medicinais do Semiárido viabilizaram o diálogo entre público e especialistas

Ascom Uneb
ascom@listas.uneb.br

Estudantes, professores e pesquisadores participaram do I Simpósio de Cultura de Tecidos Vegetais do Vale do São Francisco e do II Workshop de Plantas Medicinais do Semiárido, realizados simultaneamente entre os dias 7 e 9 de novembro. Durante os três dias do evento, o público teve a oportunidade de assistir a uma série de palestras realizadas no Auditório Antônio Carlos Magalhães do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da UNEB.

O evento foi realizado por meio de uma parceria entre a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido) e o Ministério da Agricultura e Pesquisa Agropecuária (MAPA) e contou com a participação de pesquisadores de diversas instituições do país.

Uma das principais alternativas para manter a biodiversidade da caatinga discutida no evento foi a conservação in vitro de espécies frutíferas e medicinais. Por meio desta técnica é possível obter milhares de mudas de plantas isentas de patógenos em um curto período de tempo e espaço físico reduzido.

Cerca de 50% do bioma catinga já foi desmatado. Na Lista Oficial da Flora Brasil (último resultado divulgado em 2008) há 46 espécies da caatinga ameaçadas. Durante a palestra, a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Ana Valéria Souza alertou que se medidas urgentes não forem tomadas, dentro de pouco tempo essas espécies podem ser extintas. “Um dos fatores que tem provocado danos ao bioma é o extrativismo predatório para a comercialização, por exemplo, de cascas e sementes para produção de xaropes, por exemplo”, acrescentou Ana Valéria Souza..

A cultura de tecidos é uma ferramenta que pode ser utilizada para a propagação destas plantas nativas. De acordo com a professora da Uneb, Joselita Cardoso, já está em teste método de micropropagação de espécies nativas que visa conservar essas plantas porque a caatinga está ameaçada de extinção. “Já está começando a realizar essas pesquisas pra se desenvolver protocolos para propagação dessas plantas em laboratório”, revelou.

Ainda durante a palestra, o Chefe Geral da Embrapa Semiárido e pesquisador Natoniel Franklin de Melo, além de mencionar estudos desenvolvidos na instituição, destacou a importância de conservar espécies nativas da caatinga a exemplo do maracujá-do-mato (Passiflora cincinnata) que podem melhorar o desenvolvimento de outras plantas. Ele explicou que o cruzamento deste fruto com o maracujá amarelo (Passiflora edulis) tem gerado descendentes com maior tolerância à seca e resistência às doenças.

“Para nós que convivemos com o Semiárido, a expectativa é que se tenha cada vez mais a capacidade de encarar a realidade da caatinga e de encarar os problemas através da transmissão do conhecimento, como uma espécie de educador popular, para poder chegar numa comunidade ou município e conversar com as pessoas para informar o que a gente aprende aqui”, disse o estudante José Maria Nunes que participou do evento.

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