Em seu segundo dia, o 5º Encontro de Jovens Cientistas tornou-se uma vitrine de experiências desenvolvidas por estudantes em suas escolas.
JÚNIOR MOREIRA*
josenildo-junior@hotmail.com
Um dos desafios da popularização da ciência é fazer com que as crianças e jovens entendam desde cedo, que a ciência faz parte do seu cotidiano e que ela esta presente no desenvolvimento de uma nova tecnologia, na saúde, no meio ambiente e até nos alimentos que elas consomem.
O 5º Encontro de Jovens Cientistas promovido pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), mostrou que essa conscientização é possível. O Gabinete de Curiosidades Científicas que aconteceu nessa quarta-feira (01), foi um espaço, onde os alunos apresentaram seus experimentos científicos, mostrando como a ciência está inserida no dia a dia das pessoas. As apresentações aconteceram na Praça das Artes, em frente à Biblioteca Central da Universidade Federal da Bahia (Ufba), campus Ondina.
De acordo com a coordenadora do Encontro e pesquisadora do Instituto de Biologia Ibio/Ufba, Rejâne Lira o Gabinete de Curiosidades Científicas é a oportunidade que os estudantes têm de apresentarem para a comunidade, os resultados das suas pesquisas que já foram exibidas nas feiras de ciências das suas escolas, além de favorecer o desenvolvimento das habilidades oral e escrita. “Todos confeccionam pôsteres relatando o que será apresentado e em seguida realizam o experimento, como acontece em grandes eventos acadêmicos universitários. É um ambiente de desenvolvimento, onde eles demonstram os conhecimentos sobre os conceitos usados e são desafiados, frente às dúvidas e questionamentos, lançados pelos visitantes que conhecem suas pesquisas”, disse a professora.
Diversos temas foram abordados nas pesquisas apresentadas, como tecnologia da informação, meio ambiente, agricultura, saúde, energia sustentável entre outros. A estudante Mirella Maria Medeiros, do Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia, localizado na capital Salvador, apresentou o trabalho intitulado A Cidade em um click, um aplicativo para aparelho celular, que concede informações, sobre os pontos turísticos da cidade de Salvador, através de um código disponibilizado para os usuários. “Ao chegar ao ponto desejado, o visitante tira uma foto e através do aplicativo, terá todas as informações sobre aquele local ou monumento. O aplicativo foi criado em três idiomas e também possui uma versão em áudio, possibilitando a inclusão dos usuários portadores de deficiência visual”, explicou Mirella. O aplicativo que está em fase de teste, ainda necessita de permissão de órgãos do governo municipal e estadual, para a vinculação dos códigos aos pontos turísticos. Porém, o projeto ainda enfrenta alguns desafios. Um deles, segundo a estudante, é a falta de internet de qualidade nas ruas, o que impossibilita o acesso dos usuários aos dados dos pontos fotografados.
O professor e orientador do projeto, Jorge Lúcio Rodrigues, demonstrou sua satisfação com as atividades desenvolvidas. Ele relata que, apesar da falta de estrutura no Colégio para a realização das pesquisas científicas, a força de vontade e o interesse dos estudantes pela ciência, superam as dificuldades. “Temos um papel que vai além de educar, também somos agentes transformadores e acredito que para alcançar os objetivos e o resultado final, a exemplo desse projeto, torna-se necessária uma educação que proporcione experiências no ensino-aprendizagem, que levem os estudantes a assumirem o papel de cientistas, desenvolvendo suas habilidades na área”, afirmou o professor.
O professor revelou que o projeto A Cidade em um click já foi apresentado em um evento no estado do Acre e a divulgação da pesquisa, está estimulando os outros estudantes da escola, a se interessassem pelo tema tecnologia da informação.
Outro projeto exposto foi o “Acende ou não?” realizado pelas estudantes Vitoria Letícia e Natália Duarte de 16 e 17 anos respectivamente. Ambas são alunas do Colégio Estadual Ana Cristina Prazeres Mata Pires, localizado em Salvador. O projeto mostra que alguns produtos presentes na nossa rotina como o vinagre, sal, açúcar e água sanitária são condutores de correntes elétricas e em intensidades variadas. “É uma experiência muito especial, poder divulgar e apresentar para o público o nosso conhecimento produzido em sala de aula”, relatou Vitória.
O estudante Ednei dos Santos de apenas 11 anos, assistiu entusiasmado o experimento, e saiu fascinado com as constatações. “É um trabalho bem legal. Saber que alguns produtos podem até acender uma lâmpada e que isso pode ser revertido para novas formas de conseguir energia”.
Cerca de dezoito experimentos foram apresentados e para Dona Maria Romana, mãe do estudante Felipe Dias, que apresentou o trabalho: Como as serpentes enxergam no escuro, iniciativas como o 5º Encontro de Jovens Cientistas e o apoio da família são fundamentais para o incentivo aos jovens pesquisadores. “Desde pequeno, Felipe gosta de animais. Ele sempre cuidou de todos com muito amor e hoje, fico feliz em ver que esse sentimento está se transformando no encaminhamento profissional dele”, afirmou orgulhosa.
*Graduando no curso de Jornalismo da Universidade Federal da Bahia e bolsista da Agência de Notícias em C,T&I
Parabéns pela boa reportagem!