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Atualizado em 13 DE dezembro DE 2018 ás 15:17

Insegurança em pauta

Com os vários casos de violência registrados nas universidade, cresce a preocupação com a integridade das pessoas que frequentam esses ambientes. Na edição desta segunda, 10, a disciplina discutiu a segurança interna dessas instituições

POR FABIO DE SOUZA*
fabiodejesus.datum@gmail.com

Um dos casos mais marcantes de violência na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e que refletiu a falta de segurança no núcleo universitário, aconteceu no dia 31 de agosto, deste ano, onde uma funcionária terceirizada da Faculdade de Comunicação sofreu uma tentativa de assalto. Após se recusar a entregar o celular, ela foi agredida com socos no rosto, um segurança – também terceirizado – tentou conter o assaltante e acabou sendo mordido pelo criminoso no braço. O caso foi noticiado por vários veículos de informação locais.

Para discutir a questão, o evento contou com a presença do reitor da UFBA, João Carlos Sales, que associou a intervenção na segurança a valores comunitários é que devem estar presente em uma universidade que pertence a todos. “A segurança tem que se adequar aos valores da universidade, nosso monitoramento tem que ser mais eficiente, a comunidade tem que se reconhecer mais fácil, ou seja, devemos ter políticas de integração e diálogo mais fortes e não de hostilidades”, reforçou Sales.

Insegurança nas universidade foi tema do debate / Imagem: Fabio Souza

O professor ainda acrescenta a necessidade da existência de uma organização em torno da problemática, que cumpra funções de integração com vários órgãos da entidade. “Estamos tentando com recursos que têm sido reduzidos cada vez mais no orçamento, precisamos ter uma coordenação de segurança que dialogue com a comunidade, que esteja relacionada com as outras superintendências, com as pró-reitorias e que tenha mais fôlego para monitorar esses contratos, para traçar políticas, estar assessorando o comitê gestor de segurança, associar ações que são caras e que envolvem contratos que vão a casa de 38 milhões ao ano, se associarmos todos contratos associados, 900 pessoas, 500 câmeras”.

Esteve presente também, a presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (APUB), a professora Luciene  Fernandes, que reafirmou a importância  da integração da comunidade ao âmbito universitário, como forma de repressão da insegurança. “A gente tem que tomar políticas de ocupação do espaço público. Isso que vai ajudar a diminuir a violência. Acho que conhecer mais a comunidade que integra a universidade, sem ser políticas de exclusão e de repressão, que se possa ter um encaminhamento complexo, para uma questão que é complexa também, para isso precisa haver o diálogo com a comunidade acadêmica”, afirma Fernandes.

O estudante do curso de Geografia, Ícaro Issa, reivindica os direitos que são garantidos pela constituição, mas que são omitidos em certos espaços pela abstenção da segurança. “Nós da universidade queremos ter liberdade para ir e vir dentro dos espaços e ter a segurança de fazer isso sem ser assaltado, molestado ou violentado. A maior insegurança que temos dentro da instituição são aqueles espaços que não são ocupados, então  temos que ocupar esses espaços”.

Na visão do estudante do curso de Engenharia de Agrimensura da UFBA, Rafael Santa Rita, um fator de grande influência para a insegurança nas imediações da  instituição, é a escuridão em alguns lugares do campus. “Um dos fatores que acredito contribuir para esses casos de assalto aqui na região seja falta de luz, a falta iluminação na região do Instituto de  Biologia e no fundo da Escola Politécnica, acredito que sejam cruciais para esses casos de assaltos que estão acontecendo”.

Pesquisadores defendem mais segurança nas unidades universitárias / Imagem: Fabio Souza

Também estiveram presentes na mesa, a doutora em Engenharia Civil pela USP é diretora da escola Politécnica da UFBA, Tatiana Dumêt; o oficial superior da Polícia Militar do estado da Bahia, doutor em Estudos Étnicos e Africanos (UFBA/CEAO), Jaime Pinto Ramalho Neto; e o estudante de Ciências Sociais e representante do DCE, Gabriel Freitas.

O Polêmicas Contemporâneas é um evento realizado, no auditório da Escola Politécnica da UFBA, pelo Departamento de Educação da FACED, sempre às segundas-feiras, 19 horas, sob a coordenação do professor Nelson Pretto. O debate também pode ser visto ao vivo pelo canal do Polêmicas Contemporâneas.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

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