O último dia do 4º Seminário Produção Científica Feminina na Bahia: Pesquisas e Pesquisadoras trouxe como um dos temas a trajetória das artes produzidas por artistas negros
POR MARINA ARAGÃO*
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“Trajetórias ausentes: considerações sobre a invisibilização dos (as) artistas plásticos (as) negros (as) do Recôncavo da Bahia” foi um dos temas debatidos na última tarde do 4º Seminário Produção Científica Feminina na Bahia: Pesquisas e Pesquisadoras, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHBA). A palestra foi ministrada pela artista plástica, professora e mestra em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, Tina Melo, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).
Na pesquisa, a professora realizou um levantamento bibliográfico para demonstrar como a invisibilização da arte negra foi construída dentro de uma realidade majoritariamente branca e europeia. Segundo ela, só a partir do século XX os artistas negros começaram a ter um certo espaço. Mas, inicialmente, vistos com um sentido pejorativo.
Durante a palestra, Tina Melo apresentou o livro “Traço negro: Negros e negras nas artes plásticas do Recôncavo”, produto final de seus estudos. Como negra e artista plástica, Tina iniciou sua investigação com a problemática da ausência de artistas negros e de como seus artefatos eram “negligenciados”. “O povo negro aparecia como retratado, e quase nunca como o artista”, critica.
De acordo com a pesquisadora, o livro expõe uma síntese da pesquisa, a experiência da autora e dos artistas negros entrevistados da cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano, assim como suas trajetórias. Além disso, Tina afirma que procurou apresentar soluções e propostas para o problema, e não apenas uma crítica. “Não temos a intenção de sedimentar discursos de vitimização. Queremos reverter uma problemática histórica”, conclui.
O 4º Seminário Produção Científica Feminina na Bahia ocorreu nos dias 16 e 17 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento teve como objetivo evidenciar produções científicas que trazem a mulher como protagonista, tanto do ponto de vista das pesquisadoras quanto dos temas pesquisados.
Veja mais sobre o 4º Seminário Produção Científica Feminina na Bahia em: Albinismo e a questão racial são temas de pesquisa
*Estudante do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura