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Atualizado em 19 DE julho DE 2016 ás 10:30

Jornalistas e cientistas: o desafio de divulgar ciência sem jargão

O aumento do interesse dos brasileiros pela informação de ciência, evidencia a dificuldade de se produzir um Jornalismo Científico de claro entendimento para a população. Um tema que faz jornalistas e pesquisadores refletirem a forma de comunicar e divulgar ciência no país

POR MARINA ARAGÃO*
marinaaragaosilva@gmail.com

As pessoas querem saber sobre Ciência: são mais de 60% dos brasileiros, segundo dado da pequisa sobre percepção pública de ciência e tecnologia, divulgada no ano passado (2015) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Tendo este ponto como central na atualidade, pesquisadores e jornalistas científicos se encontraram no Congresso UFBA para tratar dos desafios enfrentados para divulgar a ciência no Brasil, tendo em vista a importância do papel do jornalismo na disseminação da informação. O encontro ocorreu no domingo, 17, no Instituto de Geociências.

O desafio para a comunicação, segundo mencionado pelos participantes, é a resistência dos cientistas em interagir com a comunidade. Segundo a diretora de divulgação científica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Silvânia Nascimento, “costuma-se ter uma ideia de profanação do seio da comunidade produtora de conhecimento quando se comunica com a população”.

Ela mencionou também a necessidade do próprio cientista saber como desconstruir os jargões. Apesar de ser parte integrante e formativa da comunidade científica, o jargão dificulta a compreensão da população. “Na esfera de produção é necessário o jargão, mas na hora de mudar o viés não podemos restringir o conhecimento”, afirma.

Foto Marina Aragão

A crítica trazida por Silvânia é a de que há também uma questão cultural, envolvendo a educação. “O Brasil tem um déficit de divulgação científica já na educação básica”. Na visão da jornalista científica, Mariluce Moura, é preciso ter responsabilidade social no fazer científico e na formação dos jovens pesquisadores. “Precisamos abrir uma brecha em uma cultura que não tem abertura”, ressalta.

A necessidade de acabar com a unidirecionalidade da informação também foi um elemento defendido pelo assessor de comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Samuel Antenor. “Precisamos combater o modelo de déficit com o modelo participativo”, ou seja, “cabe a divulgação científica insistir para que as pessoas entendam o processo científico de maneira ativa”.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e estagiária da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura

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