De Portugal, as jornalistas Mariana Alcântara e Mariana Sebastião escrevem sobre visita orientada no Laboratório Chimico, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-UL).
POR MARIANA ALCÂNTARA E MARIANA SEBASTIÃO* -DE LISBOA, PORTUGAL
alcmariana@gmail.com e marianasebastiao@gmail.com
As visitas orientadas ao Laboratório Chimico do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC – UL) proporcionam aos estudantes um verdadeiro momento de aprendizado sobre a história da química. Na última terça-feira, dia 16 de abril, estudantes do oitavo ano do Colégio Sagrado do Coração de Maria tiveram a oportunidade de conhecer este espaço histórico instalado na antiga Escola Politécnica de Lisboa, no ano de 1850, local onde hoje está sediado o museu, tendo sido restaurado e musealizado.
A atividade teve início no Amphiteatro do Laboratório Chimico, no qual os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer alguns dos cientistas que contribuíram efetivamente para o avanço da química e também de outras áreas científicas. Logo depois, o grupo foi conduzido para as dependências do Laboratório, que abriga mais de três mil peças, entre instrumentos científicos, materiais usados pelos professores, frascos e outros apetrechos que sobreviveram à passagem do tempo e das diversas turmas de alunos formadas pela Universidade de Lisboa.
Um dos objetivos da visita orientada é explicar aos diferentes públicos, sejam eles escolares ou não, os modos como se ensinava e aprendia química na Escola Politécnica de Lisboa, no século XIX. Nesta época, a ausência de água e gás canalizados e de equipamentos elétricos no espaço era comum.
Para Maria do Carmo Elvas, colaboradora MUHNAC, esse espaço é, possivelmente, o único sobrevivente dos grandes laboratórios de ensino e de investigação das universidades europeias. Segundo ela, as atividades de experimentação eram apenas demonstradas, sem que os alunos tivessem acesso a elas. “Os estudantes não usavam batas e precisavam respeitar o espaço físico em que o professor se localizava no Laboratório, mantendo certa distância”, explica.
Ainda de acordo com a colaboradora, somente no final do século XIX mais tecnologias chegaram ao local, que a partir de então já havia passado de Escola Politécnica para Faculdade de Ciências. “Hoje em dia, o local é estudado tanto na área da história das ciências quanto no campo da museologia”, informa.
Maria do Carmo Elvas esclarece que as visitas ao Laboratório Chimico funcionam como uma ferramenta de trabalho para os professores no ensino de química e física, principalmente. “Os monitores falam de conceitos destas disciplinas que são abordados nos programas pedagógicos que os alunos estão a dar”, finaliza.
A colaboradora do MUHNAC, Maria do Carmo Elvas, informa sobre o conteúdo passado pelos monitores durante as visitas do público ao Laboratório Chimico, considerado um importante espaço para a história da ciência portuguesa. Confiram o depoimento!
*Mariana Alcântara é jornalista (Facom-UFBA), especialista em Jornalismo Científico e Tecnológico pela mesma faculdade, e mestre pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, dessa universidade.
*Mariana Sebastião é jornalista pela Facom-UFBA e estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da mesma universidade.