Leitura em voz alta por outra pessoa tem se traduzido como uma das melhores alternativas para garantir o contato do deficiente visual com o universo das letras.
POR THAÍS SANTOS*
thaisj7@yahoo.com
Em um mundo letrado como o nosso, o Braille é uma das bases de inserção do deficiente visual na sociedade. Através desse Sistema é possível decodificar símbolos no papel, de forma manual. Contudo, o número de livros em Braille ainda é mínimo, pois apresentam especificidades que dificultam a criação de bibliotecas exclusivas e grandes acervos. Nesse cenário, os ledores, pessoas que emprestam a sua voz para decodificar os livros, ganham destaque ao dar forma ao mundo para os deficientes visuais.
Professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Luciene da Silva, coordenadora da pesquisa “Ledores e leitores cegos: subjetividades mediadas pela leitura”, destaca a importância do ledor como mediador entre o autor e o ouvinte cego, avaliando o significado que essa relação possui para o deficiente visual. De acordo com a pesquisadora, a atividade de leitura em voz alta por outra pessoa tem se traduzido como uma das melhores alternativas para garantir o contato do deficiente visual com o universo das letras.
A pesquisa revela que marcas das subjetividades estabelecidas entre leitor e ouvinte podem se caracterizar, por exemplo, através da identificação do ouvinte com o ledor ou com a relação do próprio leitor com o livro. “A relação ledor-ouvinte traz muito mais do que uma simples leitura. Ela ativa no leitor que não enxerga, a confiança na voz do ledor que não tem a deficiência visual”. Ainda de acordo com Silva, ocorre uma relação solidária e de generosamente entre ambos.
O ledor geralmente atua de forma voluntária, já que na maioria das vezes é um amante da leitura. Entretanto, existem indivíduos que são remunerados ao desempenhar esse papel. Os textos falados ou audiobooks são utilizados, ainda que de maneira insipiente, para compor as chamadas audiotecas de instituições e acervos particulares, segundo Luciene Silva. Esse tipo de arquivo tem se popularizado e alguns podem ser baixados através da internet. Recentemente, um projeto intitulado Livro Falado disponibilizou na rede mundial de computadores mais de 300 livros gravados de, aproximadamente, 280 autores brasileiros.
Há softwares de voz que funcionam como ledores digitais, propiciando ao deficiente visual certa autonomia. Porém, a voz humana imprime sensibilidade, calor e emoção às mensagens, de acordo como Luciene, e isso é preferido pelos deficientes.Apesar dos dados otimistas, nem todos os alunos com deficiência visual ingressam na escola regular. Além disso, dificuldades encontradas no processo educacional não revelam uma preocupação em como esses alunos devem obter uma melhoria na qualidade de ensino. Falta escolas com infraestrutura adequada, professores capacitados, o que dificulta ainda mais a inclusão de alunos cegos.
Bahia tem ações relevantes para a inclusão dos deficientes visuais
Na Bahia, uma das melhores instituições para o desenvolvimento, sobretudo estudantil do deficiente visual, é o Instituto de Cegos da Bahia (ICB), que acolhe cerca de 100 alunos, com idade entre 0 e 21 anos. O Instituto conta com uma escola conveniada às Secretarias de Educação do Estado e do Município; um Centro de Visão Subnormal; o Coral Infanto-Juvenil do ICB; a Bandinha Rítmica; aulas de Piano com Teoria Musical, lecionadas através do Sistema Músico-gráfico em Braille, e modalidades esportivas.
A Biblioteca Pública do Estado da Bahia tem demonstrado preocupação com o público cego. Atualmente há um acervo de 300 títulos em Braille, além de áudiobooks. Cerca de 350 usuários com algum tipo de deficiência visual são atendidos diariamente na Biblioteca. Segundo Ubiratan Castro, presidente da Fundação Pedro Calmon, órgão governamental que cuida das bibliotecas públicas, a sede tem trabalhado no sentindo de garantir conforto aos deficientes visuais. “Da antiga sala de Braille, estamos evoluindo para o telecentro para cegos, afirma. “É a universalização do atendimento ao cego em todos os setores da Biblioteca Pública, bem como a extensão dos serviços para surdos-mudos através da linguagem em libras”, completa.
*Thaís Santos é estudante de Jornalismo da Facom-UFBA
Não comentário, mas sim mensagem.
Sou professora deLingua Portuguesa, mas já estou aposentada.Tenho tempo disponível e gostaria de participar de um projeto que abraja ler para deficientes visuais
Olá, td bem? gostaria de saber em quais sites posso me inscrever para ser ledora.
Obrigada!
Olá,
Gostaríamos que tentasse entrar em contato com a professora Luciene Silva, através do contato:
Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação.
Rua Silveira Martins, 2.555
Narandiba/Cabula
41150-000 – Salvador, BA – Brasil
Telefone: (71) 31172333
Fax: (71) 31172333
Esperamos ter ajudado!
Equipe Ciencult
Olá
Sou professora de língua portuguesa gostaria de exercer a função de ledora .
Olá,
Gostaríamos que tentasse entrar em contato com a professora Luciene Silva, através do contato:
Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação.
Rua Silveira Martins, 2.555
Narandiba/Cabula
41150-000 – Salvador, BA – Brasil
Telefone: (71) 31172333
Fax: (71) 31172333
Esperamos ter ajudado!
O texto é muito relevante para incentivar o ledor, a desempenhar um papel tão importante e social.