Estudo levantou dados referentes a busca por #felicidade na rede social.
POR REBECA ALMEIDA*
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Buscando compreender como o sentimento de felicidade imperativa, explorado constantemente na mídia, se reflete nas redes sociais, a pesquisadora Karla Freitas coletou e analisou dados a partir da rede social Instagram. A dissertação foi defendida e aprovada dentro do Programa de Pós-Graduação em Cultura Contemporânea, da Faculdade de Comunicação (Poscom / Facom-UFBA). A estratégia utilizada pela pesquisa consistiu em levantar dados públicos a partir da busca por “#felicidade”.
Para o estudo, Freitas afirma que partiu do pressuposto de que “nestes ambientes midiatizados [as redes sociais] as pessoas teriam mais recursos para gerir a apresentação de si [mesmas]” e que devido a isto tendem a apresentar uma imagem idealizada do sentimento de felicidade. Na dissertação, a autora define o conceito de felicidade como “uma construção social baseada na realização individual mercantilizada” onde o indivíduo se submete à aprovação social.
Buscando compreender essa idealização e a construção do significado, foram levantados dados de amostra em 3601 e 3518 publicações, respectivamente para os dias 21/01/2017 e 23/01/2017. Em seguida, as mesmas foram enquadradas em seis categorias de análise: Afetiva, Profissional, Hedonista, Moral, Aparência e Fático-Interacional.
Os resultados do estudo apontaram para uma reverberação de conceito de efemeridade do hedonismo contemporâneo, no qual “a lógica da felicidade é efêmera; a realização de um desejo conduz o indivíduo a novos desejos insatisfeitos e assim de frustração em frustração, como uma constante promessa a ser concretizada no próximo momento”, cunhado pelo autor Frederic Lenoir, no livro Sobre a felicidade: uma viagem filosófica (2015).
Além disso, em seu estudo Freitas também afirma que “há uma relação entre o uso estratégico de formas e recursos de compartilhamento de acordo com o ideário de felicidade expresso nas publicações”. Sendo assim, “quanto mais os elementos seguem os padrões sociais consolidados, menor é a necessidade de utilizar recursos disponíveis na plataforma para ampliação da visibilidade”, uma vez que compartilhar um momento considerado “feliz”, em rede social digital, por si só já amplia o público.
Dissertação completa: O imperativo da #felicidade na plataforma de rede social Instagram
*Estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter da Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA