Temas como o novo código florestal, os índices de desmatamento e o manejo de resíduos sólidos marcaram os debates do segundo dia da II Semana de Meio Ambiente da UFBA. A mesa "Estado, sociedade e meio ambiente" reuniu autoridades públicas e representantes da sociedade civil para discutir problemas e soluções para as questões ambientais.
POR LUANA VELLOSO*
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O segundo dia da Semana do Meio Ambiente foi marcado pelo amplo debate acerca das questões ambientais como o novo código florestal, o desmatamento e o manejo de resíduos sólidos. A mesa “Estado, sociedade e meio ambiente” contou com a participação de autoridades públicas e representantes da sociedade civil. Entre os convidados, estavam o Superintende do IBAMA na Bahia, Célio Costa Pinho, o representante das Entidades socioambientais, Claudio Mascarenhas e o professor da UFBA, Altino Bomfim.
Célio Costa Pinho iniciou a discussão trazendo dados alarmantes sobre a situação do Planeta. De 1970 até 2000, 35% da biodiversidade do mundo foi extinta. Além disso, se for levado em consideração do alto padrão de consumo – 20% da população mundial já demandam recursos naturais 25% acima da capacidade suportada pelo planeta.
Costa Pinho destacou a importância de um plano de Governança Ambiental, que envolva instrumentos, órgãos e recursos para que se possa controlar o uso do meio ambiente. Entre os principais marcos legais estão: O acontecimento da ECO-92, há 20 anos; A promulgação do Protocolo de Kyoto, em 2005; A criação do Instituto Chico Mendes, em 2007 e em 2012 o novo Código Florestal Brasileiro. “A Legislação vem evoluindo, os instrumentos estão aí, mas tem pouca efetividade governamental e pouca participação social”, concluiu Costa Pinho.
“Tudo é política e economia. No sistema capitalista a economia passa a ser perversa”, destacou Claudio Mascarenhas. Para ele o Novo Código Florestal “vai atender aos ruralistas” e também vai gerar efeitos diretos e indiretos para todos os brasileiros, para a economia do país e para imagem do país. “Se toda humanidade é burra, o mundo emburreceu no momento em que o capitalismo tornou-se hegemônico exacerbadamente no mundo inteiro, com exceção de Cuba”, disparou.
Segundo Altino Bomfim, a sociedade moderna separa o meio ambiente e a sociedade e coloca o ser humano como sendo superior à natureza. Essa noção é resultado de uma ideologia desenvolvimentista que enxerga a natureza apenas como fornecedor de recursos naturais. Para Bomfim, a Universidade seria um importante espaço de discussão, mas o problema é que se baseia no conhecimento “positivista, fragmentado, segmentado”. “Assim a gente tem um monte de caixinha na Universidade, mas que não se juntam, não dialoga”, concluiu Bomfim.
Ao final, professor Altino Bomfim lançou o questionamento: O que fazer com toda essa discussão? Para a ambientalista Ângela Prates, uma possível solução seria a educação ambiental. Durante o debate, foi levantada a importância de se trabalhar a educação ambiental com toda a família, para que as pessoas possam sair do sistema autômato para tomar consciência da situação e fazer algo a respeito. Destinar corretamente os resíduos sólidos das residências; economizar água, comprar produtos certificados foram algumas das atitudes apontadas como de extrema importância para a manutenção do planeta.
O evento contou, ainda, com a participação de um representante do Greenpeace. Amauri Teixeira, O Deputado Federal, Adolfo Viana, representante da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia e Hortência Pinho Promotora do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual não compareceram à mesa por conta de outros compromissos.
*Luana Velloso é estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA.