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Atualizado em 19 DE agosto DE 2014 ás 16:14

Pesquisa levanta incidência de inflamação das veias em recém-nascidos

A flebite é considerada forte indicador da qualidade de assistência da enfermagem

Victória Libório - ASCOM/Complexo HUPES

A inflamação das paredes das veias provoca o endurecimento e dores para o paciente. Esse fenômeno é chamado de flebite, comum quando ocorre a punção intravenosa periférica, introdução de um cateter venoso em uma veia superficial (como as das mãos, por exemplo) para a administração de soluções e medicamentos, um dos métodos terapêuticos mais utilizados. Cristina Ferraz, ao concluir sua residência no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Complexo HUPES), analisou a incidência da flebite na Unidade de Pequenos Lactantes (UPL) em 69 pacientes de 1 a 2 meses e 29 dias.

A pesquisa, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em Enfermagem da UPL, também teve participação das enfermeiras Amanda de Figueirôa, Ana Carla Pertersen, Ridalva Dias e Cristina Nunes  a partir das percepções acerca da flebite dos recém-nascidos com o objetivo de minimizar a incidência do caso. A pesquisadora e enfermeira, Maria Cristina Ferraz afirma que “a flebite pode trazer consequências como prolongar o tempo de hospitalização, aumentar o custo do tratamento, causar a perda do acesso venoso e, até mesmo, levar a infecção da corrente sanguínea”. A partir daí pode acontecer a colonização das bactérias, caso não haja o cuidado, e a situação é agravada.

O estudo, fruto da especialização em Residência Multiprofissional da Saúde da Criança, na UFBA, problematiza a flebite porque leva em consideração a terapia intravenosa como um dos procedimentos mais realizados em pacientes hospitalizados. Consequentemente, a inflamação é uma das principais complicações e importante indicador da qualidade de assistência de enfermagem. O caso em pequenos lactentes é mais agravante por conta da limitação da rede de veias devido ao corpo ainda em desenvolvimento. A manutenção de acessos venosos é um dos grandes desafios para o cuidado neonatal. Por conta disso, a pesquisa propõe que a enfermagem tem necessidade de aprimorar os conhecimentos a fim de evitar a ocorrência de flebite.

Por conta da inflamação, ocorre o endurecimento do vaso, podendo o paciente apresentar dor ou desenvolvimento de pus no local. Pode ocorrer pela aplicação de produtos químicos, pela extração do cateter, ou pela proliferação de bactérias no acesso. Uma vez identificada à flebite, é indicada a remoção para evitar a proliferação das bactérias e outros danos.

Depois de presente, a remoção do cateter é indicada para evitar as presenças de bactérias no sangue e outras consequências a longo prazo. “Geralmente são aplicadas compressas mornas, pois o calor faz com que ocorra a vasodilatação, reduzindo os sintomas de desconforto. Entretanto, há autores que indicam compressas frias”, afirma Cistina. Além dessa abordagem, podem ser usados medicamentos para que o quadro regrida. “Os anti-inflamatórios tópicos também são comumente utilizados. Além desses cuidados recomenda-se a elevação do membro afetado e repouso” indica.

Foram analisados 430 acessos venosos periféricos, tendo-se observado 19 casos de flebite, o que resulta numa incidência de 4,42%. Apesar da baixa incidência, tal evento necessita de observação de enfermagem para reduzir os riscos e promover a melhoria da qualidade assistencial. Entre os casos em que ocorreu inflamação está a aplicação de medicamentos por infusão intermitente, quando o medicamento é aplicado em períodos específicos de tempo e o cateter continua em punção no paciente. Outro fator, em cerca de 90% dos casos, foi a aplicação de antibióticos, como penicilina, levofloxacina, cloranfenicol, entre outros.

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