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Atualizado em 29 DE agosto DE 2014 ás 16:07

Pesquisa estuda os impactos dos desastres ambientais e urbanos

Identificação e mapeamento dos fatores de riscos, prevenção e gerenciamento das situações de emergências e desastres fazem parte das ações do GRAU.

NAIRA DINIZ*
naidiniz_15@hotmail.com

Quem vive em áreas de encostas e morros na cidade de Salvador, tem uma preocupação a mais durante o período de fortes chuvas, ­ que acontece entre os meses de abril a julho. Os riscos ambientais e desastres urbanos, a exemplo dos deslizamentos de encostas e enchentes deixam a população e autoridades públicas em alerta. Por isso o Grupo de Riscos Ambientais e Urbanos (Grau) foi desenvolvido na Ufba, com o objetivo de estudar o tema, devido a sua dimensão, impactos ambientais e consequências para a população.

O Grupo de pesquisa Grau foi criado em 2003 e é coordenado pelo professor do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais e do programa de pós graduação em Engenharia Ambiental Urbana, Roberto Bastos Guimarães.

O pesquisador explica que o Grau estuda as condições que geram os desastres, identificação e mapeamento dos fatores de riscos, prevenção e gerenciamento das situações de emergências e desastres. “Pesquisadores, estudantes, professores e profissionais de diversas áreas fazem parte do grupo a exemplo dos cursos de Arquitetura, Biologia, Engenharia Civil, Geografia, Psicologia, Serviço Social entre outros”. O Grau se destaca por ser um grupo de pesquisa que estuda riscos urbanos e ambientais, com foco em prevenção de desastres,” explicou o professor.

O grupo também realiza o mapeamento de áreas de risco com o objetivo de favorecer a aplicação de políticas públicas e sociais para prevenção e solução de problemas. O objetivo em realizar o mapeamento de vulnerabilidades e ameaças consiste na percepção de riscos e no planejamento de ações de prevenção e revisão das ameaças. “Além de estimular a multidisciplinaridade, buscamos a interdisciplinaridade com um único objetivo: Estudar e saber como lidar com situações de riscos e desastres”, esclarece o Professor Roberto Bastos Guimarães.

Ao longo de uma trajetória de 11 anos, o Grau participou nos anos 2003 e 2004 do Curso Líderes no Brasil, promovido pelo Laboratório de Climatologia Aplicada da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) no qual  estudantes, pesquisadores e profissionais de diversas carreiras como enfermeiros, médicos, meteorologistas, engenheiros, advogados e entre outras realizaram grupos de estudo para analisar as situações mais recorrentes em desastres ambientais para elaborar ações efetivas de prevenção.

Salvador

De acordo com o levantamento realizado pelo Grau, em Salvador a área onde ocorre a maior incidência de desastres ambientais, principalmente deslizamentos de terra, é no Subúrbio Ferroviário. O diretor geral da Defesa Civil de Salvador, Álvaro Augusto da Silveira Filho, explica que além da quantidade de chuva, o relevo e as moradias construídas em cima de canais, também contribuem para a ocorrência de deslizamentos de terra.

Foto: Reprodução

Outra área da cidade que também oferece riscos é a região dos bairros de Águas Claras e Valéria. Para minimizar os riscos de deslizamentos, os governos estadual e municipal farão parceria em projetos futuros que atenderão áreas de encostas.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Álvaro Augusto, além dos planos para contenção de encostas, a prefeitura instalou pluviômetros pela cidade, em bairros como Federação, Brotas, Subúrbio e entre outros, e o radar meteorológico na região do aeroporto.

Novas ações

Atualmente o Grau realiza novos projetos, como a inauguração do Ceped (Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres) em parcerias com a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal de Sergipe e Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz. Segundo o professor Roberto Guimarães, o Grau está articulando novas parcerias com as prefeituras de Candeias, Camaçari, Madre de Deus e Dias D’ Ávila para desenvolver um plano de contingência de desastres.

*Estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias C,T&I – Ciência e Cultura – Ufba.

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