Durante a realização do evento pesquisadores apontam soluções para a consolidação de uma política de mobilidade sustentável
POR MARINA ARAGÃO*
marinaaragaosilva@gmail.com
A credibilidade da mobilidade sustentável realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e as dificuldades enfrentadas para a implantação destas políticas foram as principais questões abordadas em debate, que reuniu pesquisadores da área de engenharia, arquitetura e estudantes, em mais um dia do Congresso UFBA.
Na visão do professor de Engenharia de Transportes, Juan Pedro Delgado, o problema central da UFBA é a fragmentação, sendo assim, existe necessidade de sua incorporação às inovações da mobilidade. “Temos que pensar uma rede de relações que crie interdisciplinaridade, algo que não se dá pela internet, e sim pelo contato social”, afirma Delgado. Pensando dessa maneira, o principal objetivo da política de mobilidade é a integração dos ambientes para que seja possível reduzir a necessidade de viagens motorizadas, diminuir as distâncias a serem percorridas, e inserir inovações tecnológicas para uma maior eficiência nos sistemas de transportes.
Uma alternativa apresentada para integrar a universidade e facilitar o trajeto dos alunos pelos campi pode ser através do aplicativo do Buzufba, desenvolvido por Ítalo Costa, que explica: “A intenção é fazer com que os estudantes tenham conhecimento dos espaços e construam uma conexão entre si. Porque o problema da UFBA não é apenas de mobilidade, mas também de comunicação”.
Os principais pontos valorizados na discussão foram o serviço de transporte público e o controle da demanda por viagens de automóveis. O aumento da oferta de serviços e infraestrutura com qualidade, segurança e, principalmente, acessibilidade, aspecto negligenciado tanto dentro da universidade como também na cidade de Salvador também foram reforçados.
Para o professor da Faculdade de Arquitetura, Antonio Heliodório Sampaio, a universidade não tem recurso suficiente para fazer uma proposta concreta, devido a existência de uma descontinuidade administrativa, que prejudica o seguimento dos projetos. “A UFBA tem uma herança maldita em que cada unidade olha para o seu próprio umbigo. Ideias não faltam, mas não funcionam porque a gestão é deslocada do planejamento”, critica.
*Estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA e esagiária da Agência de Notícias em CT&I- Ciência e Cultura